Estudo revela quanto vale uma iniciativa de conservação no Brasil

Iniciativa chegou a mais de 800 mil pessoas entre 2021 e 2023.

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 11h22

Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 11h22

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Divulgação

Quanto vale uma iniciativa de conservação no Brasil? E quanto ela pode contribuir para a conservação da vida no planeta? Estudo mostra que a cada um real investido no Projeto Meros do Brasil são gerados R$ 8,44 em benefícios socioambientais. No total, são R$ 48,8 milhões, sendo que 82% deste benefício estão concentrados nos meios físico e biótico, mais especificamente nos Meros e no ecossistema associado.

“E a gente não está só conservando o mero, estamos protegendo uma espécie que é um dos elementos do equilíbrio do ecossistema marinho e do oceano, que é o principal regulador da vida no planeta. Estamos protegendo um desses elos que permitem que nossa vida aconteça”, ressalta Maíra Borgonha, coordenadora geral do projeto Meros do Brasil. 

O projeto Meros do Brasil é iniciativa socioambiental de conservação que tem como principal objetivo a proteção dos meros e dos ambientes costeiros e marinhos associados à espécie, essa criticamente ameaçada de extinção. Suas ações acontecem em nove estados brasileiros e vão desde pesquisas científicas para revelar o comportamento da espécie até iniciativas de educação ambiental e arte para diversos públicos, entre eles pescadores, jovens e professores. O objetivo é promover relações responsáveis e sustentáveis entre sociedade e meio ambiente.

“O impacto socioambiental gerado é mais de oito vezes maior que o valor

investido,  demonstrando a grande contribuição do Projeto na vida dessas pessoas e da população de Meros e os ecossistemas que a espécie habita”, ressalta Maíra. 

Patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto tem participação também na construção de políticas públicas em defesa dos meros, espécie pouco popular e até temida, por ser um peixe de grandes dimensões – pode chegar a 400 kg. No entanto, esse gigante dos mares, que está no topo da cadeia alimentar junto aos tubarões, não representa perigo aos seres humanos e é de suma importância para o equilíbrio ambiental.

Educação ambiental, engajamento social e arte

O Projeto Meros do Brasil inova quando alia educação ambiental, engajamento social e arte, que  buscam trazer para a sociedade brasileira mais familiaridade com a espécie, que tem pesca proibida no Brasil, mas ainda é alvo de captura ilegal.

No município de Caravelas (BA), por exemplo, o Meros do Brasil tem parceria com o Movimento Cultural Arte Manha, um movimento que há mais de 30 anos atua pela causa racial, cultural e socioambiental. Da mesma forma, destacam-se as atividades de ciência cidadã a, que envolvem pescadores, mergulhadores e comunidades para a geração de dados sobre os meros, proporcionando um importante e inovador intercâmbio entre o conhecimento popular e o científico, bem como engajando públicos diversos pela conservação do peixe mero.

 Análise de Impacto Social

A  Análise de Impacto Social do Meros é um estudo extenso e aprofundado que permite compreender a complexidade do trabalho do projeto Meros do Brasil. Compreende ações entre 2018 e 2020 e foi publicado em 2023. 

Movimento de proteção  da espécie também protege os ecossistemas 

Outro número que demonstra a força do projeto Meros do Brasil é o de pessoas impactadas positivamente pelas ações do Projeto: entre 2021 e 2023, 34.142 pessoas participaram diretamente; 766.122 foram beneficiadas pontualmente pelo projeto;  e 3.198 participaram em ações de formação. 

O mesmo levantamento indica que 30 espécies e/ou ecossistemas foram protegidos com as ações do projeto; 256 meros foram monitorados e devolvidos ao mar; ação de combate ao lixo no mar foi realizada numa extensão 10.253 metros de praias rios e manguezais e volume de lixo removido foi 5,2 toneladas. 

Projeto Meros do Brasil

O Projeto Meros do Brasil surgiu em 2002, a partir de uma demanda da sociedade civil (mergulhadores/pescadores) que começou a observar o desaparecimento dos meros em pontos onde antes eram avistados. Hoje  o projeto está presente em nove estados- Pará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina –  e 37 municípios.

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