Empresas devem economizar R$ 28 bi ao ano com reforma tributária

Aprovação do texto deve reduzir horas gastas com o pagamento de impostos e a burocracia, mas transição vai demorar, diz especialista.
33 TjEyMDEwOTIxMi5qcGc=

Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 11h54

Última atualização em 15 de dezembro de 2023 às 11h54

Acompanhe tudo sobre Agro, Economia, Lei, Reforma, Tributo e muito mais!

Eduardo Natal
Sócio do escritório Natal & Manssur, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, conselheiro da Associação Brasileira da Advocacia Tributária (ABAT), membro da Academia Brasileira de Direito Tributário (ABDT).

Foto Depositphotos

A aprovação e a regulamentação da reforma tributária devem levar as empresas a economizarem R$ 28,1 bilhões por ano apenas com “redução de horas gastas para cálculo e pagamento de tributos sobre o consumo”. Pelo menos é isso o que indica o estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), que congrega algumas das maiores companhias brasileiras e multinacionais que atuam no país, a partir de números das consultorias Endeavor e Ernst & Young (E&Y).

A reforma vai unificar cinco tributos para dois. De acordo com o projeto, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) serão unificados em uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), do Governo Federal. Já o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS) serão unificados no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a cargo de estados e municípios.

Para Eduardo Natal, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP e sócio do escritório Natal & Manssur, a redução de horas gastas para pagamento de tributos é bem-vinda, mas é preciso cautela nas expectativas. “Temos que lembrar que a transição para o novo sistema deverá terminar em 2033. Então, até lá, as empresas ainda terão que conviver com boa parte da burocracia fiscal atual, além das novas obrigações a partir de 2026”, lembra o tributarista.

Países da OCDE têm uma média anual de 150 horas gastas pelas empresas para calcular e pagar seus impostos 10% menos que a média brasileira.

A reforma poderá, em uma estimativa conservadora, diminuir esse total em 600 horas, ou aproximadamente 40%. Essas horas gastas no cálculo e no pagamento custam R$ 67 bilhões anuais para as empresas. Uma redução de 42% no tempo gasto representaria uma economia de aproximadamente R$ 28,1 bilhões anuais.

Apesar desses avanços, Eduardo Natal critica algumas tributações criadas na reforma. “Pelo que se tem aprovado até o momento, a criação de contribuição sobre produtos primários e semielaborados em favor das competências dos Estados e do Distrito Federal é um retrocesso que merece ser retirado do texto final. Se aprovada, essa arcaica forma de tributação acarretará a cumulatividade na cadeia produtiva de diversos itens produzidos no país”, argumenta Natal.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Produtores de quiabo priorizam materiais que garantem regularidade de oferta

2

Como a Doença de Gumboro afeta a sanidade, performance e rentabilidade das Aves

3

Extratos da alga Ascophyllum nodosum impulsionam eficiência e sustentabilidade na produção agrícola

4

Dia Mundial do Solo: máquinas agrícolas contribuem para preservação e evitam compactação no campo

5

FMC reforça liderança na cultura de cana com o retorno de Leonardo Brusantin como gerente da cultura

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Foto-01-10

Como funciona o substrato para morango em slabs?

Imagem de arquivo

Trump amplia a lista de exceções a produtos brasileiros

Renato Costa, diretor Comercial e de Operações do Grupo Agronelli /
Agronelli

Empresa mineira leva resultados de projetos de sustentabilidade e economia circular à COP30

Crédito TRC

Floresteca: a maior produtora de teca do mundo