Mastite ambiental: qual a melhor abordagem?

Ação rápida e eficiente reduz prejuízos e as chances de descarte precoce da vaca.
Cows standing in a stall and eating hay on a farm

Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 09h00

Última atualização em 1 de dezembro de 2023 às 09h00

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A mastite ambiental é causada por agentes que se encontram naturalmente no local em que a vaca vive, principalmente nas camas orgânicas e lugares onde há acúmulo de barro, esterco e urina. Estes agentes são invasores oportunistas das glândulas mamárias das vacas e de difícil erradicação, já que estão disseminados pelo ambiente comum à convivência do animal.

Créditos: Divulgação

“A mastite ambiental é a mais comum nos rebanhos bem manejados que tem baixa contagem de células somáticas (CCS) no leite. Isso acontece porque os animais que são mais acometidos pelas mastites contagiosas desenvolvem uma proteção parcial pelas células de defesa locais contra os microrganismos promotores da mastite ambiental, já os rebanhos com pouca ou nenhuma intercorrência de mastite contagiosa quase não apresentam mecanismos de defesa contra estes agentes ambientais oportunistas”, explica Marcos Malacco, médico-veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.

De acordo com o médico-veterinário, a mastite ambiental acomete mais frequentemente as vacas mais velhas, tem um período curto de duração, e são causados em grande maioria por agentes da espécie dos estreptococos e coliformes. “Os agentes mais comuns responsáveis pelos casos de mastite ambiental são Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, e, dependendo do agente, a infecção intramamária tem uma maior tendência a evoluir para mastite clínica do que para quadros subclínicos”.

No quadro clínico da doença, as alterações no leite são facilmente observadas, como a presença de grumos, sangue ou pus, decorrentes da reação inflamatória do tecido mamário na tentativa de eliminar o agente infeccioso. Em alguns animais o processo inflamatório pode levar à destruição do tecido glandular secretor de leite, promovendo uma queda de produção permanente daquele quarto mamário.

“A substituição do tecido glandular secretor por tecido fibroso é um processo irreversível e que pode acarretar o descarte precoce do animal, afetando a produtividade da fazenda. Por este motivo, as vacas que apresentam sintomas de mastite clínica, como alterações no leite ou alterações no úbere (inchaço, vermelhidão, dor ou aumento de temperatura) necessitam de uma intervenção rápida e eficaz para paralisar este processo e trazer conforto e bem-estar para o animal”, Malacco reforça.

Outro ponto de atenção refere-se ao agente. Alguns deles quando se multiplicam aceleradamente no úbere, produzem toxinas (venenos) que afetam o estado geral das vacas afetadas. Nestes casos os animais apresentam alterações no úbere, no leite, as vezes nem produzem leite, febre, depressão, desidratação e podem ir a óbito.

O tratamento das mastites ambientais quase sempre envolve duas abordagens. A primeira é a terapia local, com a utilização de antibióticos intramamários que contenham anti-inflamatórios em sua formulação, para atuar ativamente no combate ao microrganismo agressor ao mesmo tempo em que auxilia na redução do inchaço e da dor no quarto mamário acometido. A segunda abordagem é a terapia sistêmica, utilizando antibiótico de amplo espectro com ação rápida e bactericida, que alcance elevada concentração plasmática e nos tecidos mamários.

“Tratar a infecção nos casos de mastite e impedir a progressão sistêmica da doença é essencial para possibilitar que o animal retorne mais rapidamente ao seu estado natural de conforto e bem-estar, facilitando o seu retorno à produção. É importante que o tratamento leve em consideração que, para a vaca, a convivência com outros animais e a manutenção da sua rotina também são fatores importantes para o bem-estar. Entendendo isso, a melhor escolha são terapias com baixa carência e que possibilitem ao animal o retorno para a linha de ordenha o mais breve possível”, declara o profissional.

Amiga do bem-estar animal, a Ceva traz em seu portfólio o Cefavet®, associação de Cefoperazona sódica, uma cefalosporina de 3ª geração, e Prednisolona (anti-inflamatório). O produto é de aplicação intramamária, agindo sobre os agentes infecciosos e controlando a inflamação local, proporcionando mais conforto e bem-estar aos animais. E para um tratamento mais completo ela disponibiliza o Marbox®, antibiótico sistêmico a base de Marbofloxacina ideal para complementar o tratamento local das vacas com mastite clínica e manifestação de comprometimento geral da saúde, potencializando a rápida eliminação dos microrganismos infecciosos e possibilitando um rápido retorno do animal às condições normais de saúde e bem-estar.

“Aliada ao tratamento eficaz, a prevenção de novos casos de mastite ambiental é primordial para um rebanho mais saudável e produtivo. Proporcionar conforte, manter a ventilação, e higiene adequada, camas com baixa umidade e sem acúmulo excessivo de matéria orgânica nas instalações e dos animais, assim como a realização dos procedimentos adequados no processo ordenha como a imersão dos tetos em soluções desinfetantes antes e após a mesma, são fundamentais para a proteção contra as infecções por agentes causadores da mastite”, Malacco finaliza.

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