Eleições na Argentina e suas implicações para um povo sofrido

Leia a coluna Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira.
Argentine far-right libertarian economist and presidential candidate Javier Milei celebrates the results of the primary elections with his sister Karina Milei at Milei's headquarters in Buenos Aires on August 13, 2023. The far-right libertarian economist Javier Milei gets 32.31% of the votes in the primaries for the Argentine presidential election, and becomes the protagonist of this election that will contest the former Security Minister Patricia Bullrich and the Economy Minister Sergio Massa. (Photo by ALEJANDRO PAGNI / AFP)

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 09h35

Última atualização em 26 de outubro de 2023 às 09h35

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Pensando Estrategicamente
por Antônio Carlos de Oliveira.

Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia

Normalmente, os principais partidos que disputam a presidência da Argentina são o Partido Justicialista (Peronismo) e a União Cívica Radical (UCR). Ambos têm uma longa história política e são representantes de diferentes correntes políticas no país.

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

O Partido Justicialista (PJ), também conhecido como Peronismo, é um importante partido político argentino com raízes na figura de Juan Domingo Perón e no movimento político que ele liderou.  Ele é a continuação do Partido Único da Revolução e, posteriormente, do Partido Peronista. 

Suas políticas de nacionalismo, justiça social e intervenção do Estado na economia, continua a desempenhar um papel significativo na política argentina até os dias de hoje.

Por outro lado, a União Cívica Radical (UCR) é um partido político argentino, fundado em 26 de junho de 1891 por Leandro N. Alem. O partido é membro da Internacional Socialista. A UCR é o partido político de classe média mais antigo das Américas.

O partido tem uma orientação centrista e progressista, desempenhou um papel importante na construção da democracia argentina, historicamente sempre defendeu políticas de reforma e combate à corrupção e a defesa dos direitos civis

O UCR é um componente significativo do cenário político argentino, ao longo de sua história o partido já enfrentou desafios e oscilações políticas incluindo períodos de divisão interna.

Diante de tanta tradição, as disputas presidenciais costumam girar em torno de questões econômicas, sociais e ideológicas. Além disso, temas como segurança pública, educação, saúde, direitos humanos e políticas externas sempre são debatidos durante as campanhas eleitorais.

Aqui estão alguns dos principais pontos em relação às abordagens dos candidatos:  Sergio Massa é filiado ao peronismo e é considerado mais alinhado com políticas de centro-esquerda. Ele foi o candidato presidencial mais votado em um cenário eleitoral surpreendente. Sua abordagem mais intervencionista do Estado na economia tem focado sua proposta de atuação em políticas sociais e de bem-estar.

Javier Gerardo Milei é um candidato de extrema-direita, conhecido por suas opiniões ultraliberais e sua retórica antissistema. Ele representa uma abordagem neoliberal, promovendo cortes significativos de gastos governamentais, redução da intervenção estatal e privatizações. Sua plataforma econômica enfatiza a liberdade de mercado e a diminuição do papel do Estado na economia.

Patricia Bullrich é associada ao ex-presidente Mauricio Macri, que é mais alinhado com políticas de centro-direita, tem sua proposta na busca por equilibrar políticas econômicas de mercado com preocupações sociais, buscando uma abordagem mais moderada em comparação com Milei. 

Bullrich também enfatiza a importância da segurança e do combate ao crime como uma questão social significativa.

A polarização reflete diferentes visões sobre como lidar com os desafios econômicos e sociais que a Argentina enfrenta, variando de políticas mais intervencionistas e de bem-estar a abordagens mais liberais e pró-mercado. A escolha dos eleitores nas eleições destaca as divisões políticas e econômicas na sociedade argentina.

Se nenhum candidato atinge a maioria absoluta dos votos no primeiro turno, os dois candidatos mais votados passam para o segundo turno, onde o vencedor é definido.

Nas eleições ocorridas no último domingo (22/10), houve uma disputa acirrada entre os principais candidatos. O Diretório Nacional Eleitoral Argentino divulgou os resultados do primeiro turno das eleições e os candidatos que mais se destacaram foram:

Sergio Massa, o político peronista e atual ministro da Economia surpreendeu observadores e obteve uma vitória inesperada, ficando em primeiro lugar obtendo 36,68% dos votos.

Javier Milei, candidato ultraliberal, amealhou 29,98% dos votos, e disputará o segundo turno com Massa. 

Patricia Bullrich, de centro-direita, também foi uma candidata notável na disputa presidencial, atingindo 23,83% do total dos votos válidos e está fora da disputa final, mas pode costurar alianças com o grupo de Javier Milei.

Este resultado levou a um segundo turno entre Massa e Milei, marcado para 19 de novembro de 2023, refletindo uma polarização significativa na política do país, já que Sergio Massa, o atual Ministro da Economia e porta-voz do partido peronista, emergiu como o candidato presidencial mais votado no primeiro turno.

Para avaliar qual deles seria a melhor alternativa para enfrentar os desafios políticos, econômicos e sociais do país, é importante considerar:

Sergio Massa, vinculado ao peronismo, tem uma inclinação mais moderada e pode buscar políticas de bem-estar social.

Javier Milei, por outro lado, é um economista liberal conservador com foco na redução do Estado e das regulamentações.

Ambos os candidatos têm propostas econômicas, mas Milei é conhecido por propor reformas mais radicais.

A campanha em sua reta final pode desempenhar um papel importante na decisão dos eleitores. Ambos os candidatos têm estratégias para destacar a incapacidade do adversário de lidar com os problemas do país, que se arrastam há anos.

A escolha entre Massa e Milei depende da preferência política e econômica do eleitor, bem como da visão sobre a melhor abordagem para resolver os desafios da Argentina. É importante considerar as propostas específicas de cada candidato e como elas se alinham com as necessidades do país.

A escolha entre estes candidatos determinará o rumo que a Argentina tomará, particularmente no que diz respeito às suas políticas econômicas e sociais. A população argentina decidirá se abraça as políticas mais tradicionais de Massa ou as alternativas mais radicais de Milei.

A eleição reflete uma divisão política significativa na Argentina. O resultado das eleições poderá ter implicações tanto para a Argentina como para os países vizinhos, como o Brasil.

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