A bubalinocultura de sucesso está ‘cercada’

O manejo dessas duas espécies é bem distinto e para melhorar os índices de produtividade alguns critérios devem ser observados.

Publicado em 17 de maio de 2023 às 10h00

Última atualização em 17 de maio de 2023 às 10h00

Acompanhe tudo sobre bubalinocultura, cercada, sucesso e muito mais!

Por Vanessa Amorim Teixeira, médica-veterinária, mestre e doutora em zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analista de mercado agro da Belgo Arames.

Vanessa Amorim Teixeira
Créditos: Divulgação

A Mesopotâmia é considerada o berço da civilização. Há cerca de 10 mil anos, o surgimento da agricultura fez com que grupos de pessoas deixassem de ser nômades e se fixassem na região. Sua maior parte pertence hoje ao continente asiático, onde fica a China – cuja história também é intrínseca a esse processo. Nesses dois locais, muitos milênios atrás, acredita-se que tenham sido domesticados os primeiros búfalos (espécie de origem indiana). Esses animais começaram a ser exportados para o Brasil a partir do século XIX, chegando à Ilha do Marajó. Atualmente, o Brasil detém o maior rebanho do Ocidente com potencial para a criação, produção e melhoramento genético de búfalos para o mundo.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, em 2021, havia mais de 1,5 milhão de búfalos – 68% deles concentrados no Norte, mas com presença em todas as demais regiões. Esse efetivo tem sido utilizado, especialmente, pela sua diversidade de criação, qualidade das proteínas e pela adaptabilidade e rusticidade dessa raça a diversas condições climáticas. Outras características relevantes são a mansidão que esses animais apresentam através do manejo, a produção de carne, leite e a força de trabalho na agricultura familiar, como animais de tração.

Pesquisas indicam que tanto a carne quanto o leite dos búfalos são mais saudáveis do que de bovinos, porque apresentam menor teor de gordura saturada e colesterol e maior teor de proteínas e cálcio. Entretanto, o manejo dessas duas espécies (bovinos e bubalinos) é bem distinto e para melhorar os índices de produtividade alguns critérios devem ser observados.

A rusticidade e a adaptabilidade dos animais diante das diversas condições climáticas são determinantes para o fato da bubalinocultura ser uma atividade crescente no Brasil. Mas para isso, é preciso entender que o conceito de termorregulação fisiológica e exigência nutricional estão diretamente ligados ao bem-estar e à produtividade dos búfalos.

Os bubalinos, por exemplo, necessitam passar bastante tempo em locais úmidos para atingir a temperatura corporal ideal, pois essa espécie possui menos glândulas sudoríparas em relação aos bovinos, por exemplo, e sua pele escura apresenta uma espessa camada de epiderme, fazendo com que eles sejam menos eficientes na termorregulação corpórea. Dessa forma, sabemos que situações de estresse térmico reduzem a eficiência zootécnica das mais diferentes espécies animais, e no caso na bubalino cultura isso é ainda mais acentuado.

Da mesma forma, se não atendermos às suas demandas nutricionais e sociais, os búfalos ficam tentados a procurar outros ambientes mais agradáveis, onde possam suprir suas necessidades. E é justamente aí que começam os problemas: eles podem causar acidentes, pois se tornam agressivos em situações de estresse, e sua grande força pode contribuir para a destruição de cercas pouco eficientes.

Nesse caso em particular, é preciso que a ancoragem das cercas tenha palanques bem feitos e sustentados. O uso de materiais de qualidade, como da tela Belgo Strada®, também ajudam a evitar fugas de animais para rodovias. O uso de telas consorciadas à condutividade elétrica é recomendado. É o caso de ZZ-700 Bezinal®, que suporta impacto de 700 kgf e é recomendada para cercas rurais em terrenos planos e regiões alagadiças de alta corrosão – ambientes preferidos pelos búfalos. Este arame ovalado possui camada tripla de zinco e se soma a uma série de benefícios para proteção e segurança dos búfalos, essa cadeia produtiva fantástica, presente no Brasil há quase 200 anos.

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