Mercado de carbono: uma grande oportunidade para o agro brasileiro

Por Reinaldo Bonnecarrere, Diretor de Biológicos na Indigo
Acompanhe tudo sobre Carbono e muito mais!
Créditos Pixabay

A regulação do mercado de carbono do Brasil é um tema cada vez mais robusto e importante. De acordo com o estudo Oportunidades para o Brasil em Créditos de Carbono, lançado em novembro 2022 pela ICC Brasil – Câmara de Comércio Internacional –, o país tem potencial para suprir, na próxima década, de 5% a 37,5% da demanda global do mercado voluntário. O Brasil atualizou suas metas climáticas estabelecendo compromissos de reduzir suas emissões em 50% até 2030, em relação ao ano de 2005.

Na indústria agrícola, o tema é primordial para traçar uma jornada sustentável e que traga investimentos importantes para o setor e para o país. Cada vez mais especialistas afirmam que a precificação do carbono tem, entre suas finalidades primordiais, incentivar a remuneração de agricultores que adotam boas práticas. Reduzir a emissão de gases, como também neutralizar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, enquanto se enriquece o solo, são práticas benéficas e que já se fazem necessárias.

Quando falo em uma agricultura mais sustentável e produtiva, destaco soluções tecnológicas que monitoram os níveis de carbono do solo. Essa proposta é fundamental para o desenvolvimento do mercado de créditos de carbono. Os 3.600.000.000 hectares de áreas de plantio do mundo oferecem a oportunidade mais imediata, escalável e acessível para remover o dióxido de carbono da nossa atmosfera.

No mercado internacional, essa oferta de tecnologia e suporte aos produtores para adoção de práticas de agricultura regenerativa já avança. Vale lembrar que, no ano passado, 20.000 créditos de carbono agrícola certificados, gerados em escala, foram anunciados, nos EUA. O montante era o correspondente à maior emissão de crédito agrícola já realizada na história. Trata-se apenas da primeira em um crescente mercado voluntário de carbono que, segundo especialistas, deve chegar a US$ 50 bilhões até 2030, o equivalente a quase 269 bilhões de reais considerando o valor do câmbio atual.

Reinaldo Bonnecarrere, Diretor de Biológicos na Indigo / Divulgação

Quando levamos em consideração que cada crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de carbono que não foi emitida ou que foi retirada da atmosfera, dá para entender ainda melhor a dimensão dessa conquista para o presente e o futuro do planeta. Com o avanço nas métricas para mensurar esse carbono que será convertido em crédito, teremos a longo prazo um cenário mais amplo e de acordo com as necessidades preconizadas mundialmente no setor agrícola brasileiro.

É o início de uma nova abordagem para o tema do carbono que, além dos benefícios climáticos, se torna uma fonte de receita aos produtores. O Brasil está, definitivamente, no radar estratégico das grandes empresas fornecedoras de serviços e soluções que agreguem os elos da cadeia. O Brasil tem tudo para liderar e ocupar o merecido lugar de protagonista que lhe cabe nessa frente.

Por Reinaldo Bonnecarrere, Diretor de Biológicos na Indigo

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Cafeicultores do Comércio Justo unem forças para enfrentar mudanças climáticas

2

Anunciados os vencedores do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy 2025

3

FGV Horizontes: Conexões de valor para impulsionar a economia de Minas Gerais

4

COP 30: Empresas B apontam o caminho para reduzir o aumento da temperatura global em 0,5°C

5

Jiffy: soluções sustentáveis e de alta performance para citros

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Propriedade Cafesul - Muqui (ES) ok

Cafeicultores do Comércio Justo unem forças para enfrentar mudanças climáticas

Queijo Minas Artesanal -  foto Alexandre Souza / ilustrativa

FGV Horizontes: Conexões de valor para impulsionar a economia de Minas Gerais

Crédito Cristiano Soares de Oliveira

COP 30: Empresas B apontam o caminho para reduzir o aumento da temperatura global em 0,5°C

Jiffy

Jiffy: soluções sustentáveis e de alta performance para citros