Análise nematológica é fundamental no manejo de pragas

Lavoura com nematoide - Crédito Cláudia Arieira

Publicado em 16 de julho de 2014 às 08h00

Última atualização em 16 de julho de 2014 às 08h00

Acompanhe tudo sobre Água, Biológico, Controle biológico, Nematoide, Rotação de cultura e muito mais!

Arlete José da Silveira

Pós-doutora em Controle Biológico e professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

arletesilveira@uesc.br

Os fitonematoides são parasitas obrigatórios das plantas, que não se alimentam e nem se reproduzem na ausência de plantas vivas. A maioria deles ataca as raízes, obstruindo os vasos do xilema e floema, além de impedir o fluxo normal de seiva, a absorção de água e de nutrientes.

Por isso, os sintomas nas plantas são geralmente confundidos com deficiência de nutrientes. As plantas ficam com porte reduzido, amareladas, murchas nas horas mais quentes do dia e, em consequência, têm menor produção.

Lavoura com nematoide - Crédito Cláudia Arieira
Lavoura com nematoide – Crédito Cláudia Arieira

As perdas causadas por fitonematoides às culturas de maior importância econômica foram estimadas em 12%, em termos mundiais. No Brasil, as perdas estão em torno de 5 a 35%, as quais podem ser bem maiores, dependendo dos fitonematoides e da quantidade dos que estão presentes na área, do hospedeiro e dos tratos culturais adotados.

A soja

A soja é cultivada especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sul do país. Ela se firmou como um dos produtos mais destacados da agricultura nacional e na balança comercial.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial e produz aproximadamente 27% do total mundial, sendo superado somente pelos Estados Unidos, que produz 35%. Entre os estados, o Mato Grosso é o maior produtor de soja em grão, seguido de Paraná e Rio Grande do Sul.

Alarme geral

Em associação com a cultura da soja, já foram relatados cerca de 50 gêneros de fitonematoides e mais de 100 espécies em todo o mundo. Contudo, as mais prejudiciais à cultura, no Brasil, são espécies de Meloidogyne, que causam galhas nas raízes, como Heterodera glycines (formadora de cisto), podendo permanecer no solo, mesmo na ausência de hospedeiros, por nove a 11 anos; Pratylenchus brachyurus, causador de lesões nas raízes. e Rotylenchulus reniformis.

Cerca de 80 cultivares de soja resistentes ou moderadamente resistentes a M. incognita e/ou M. javanica estão disponíveis no Brasil. Contudo, as lavouras de soja atacadas por esses fitonematoides, em geral, mostram no campo manchas em reboleiras onde as plantas ficam pequenas e amareladas.

A rotação de culturas faz parte do controle de nematoides - Crédito José Aparecido
A rotação de culturas faz parte do controle de nematoides – Crédito José Aparecido

As folhas das plantas afetadas às vezes apresentam manchas cloróticas ou necroses entre as nervuras. Pode não ocorrer redução no tamanho das plantas, mas, por ocasião do florescimento, notam-se o abortamento de vagens e o amadurecimento prematuro dos vegetais.

Nos anos em que acontecem “veranicos“ na fase de enchimento de grãos, os danos tendem a ser maiores. Nas raízes das plantas atacadas, observam-se galhas em número e tamanho variados, dependendo da suscetibilidade do cultivar e da densidade populacional dos fitonematoides no solo. Pode ocorrer, inclusive, quebra de resistência da planta se a densidade populacional for alta.

 O aumento do grau de infestação e da população nas raízes e no solo de M. incognita raça 4, por exemplo, sobre o rendimento e peso de sementes do cultivar de soja BR-4, elevou as perdas e reduziu o peso de sementes. Nas reboleiras, a produção diminuiu em 55,6%, e o peso de 100 sementes foi reduzido em 33,6%.

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