Substâncias húmicas liberam nutrientes retidos no solo

Lavoura de milho responde melhor com aplicação de substâncias húmicas - Crédito Shutterstock

Publicado em 16 de julho de 2014 às 08h00

Última atualização em 16 de julho de 2014 às 08h00

Acompanhe tudo sobre Ácido fúlvico, Ácido húmico, Água, Aminoácido, Hormônio, Oliveira, Orgânicos, Resíduos, Solo e muito mais!

Leandro Antunes Mendes

Doutorando em Química Analítica Ambiental e mestre em Química Analítica Ambiental no Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP)

lmendes7.lam@gmail.com

Maria Diva Landgraf

Técnica e pesquisadora do Laboratório de Química Ambiental ” IQSC/USP

Maria Olimpia Oliveira Rezende

Professora e pesquisadora responsável pelo Laboratório de Química Ambiental ” IQSC/USP

Tradicionalmente, os ácidos húmicos (AHs) têm sido definidos como substâncias de coloração escura, compostas por macromoléculas de massa molecular relativamente elevada, formada por reações de síntese secundária a partir de resíduos orgânicos de plantas, animais e microrganismos.

A tendência termodinâmica natural desses compostos é de formar agregados espontaneamente. Tais associações são isoladas progressivamente da rede de estrutura da água.

 

Lavoura de milho responde melhor com aplicação de substâncias húmicas - Crédito Shutterstock
Lavoura de milho responde melhor com aplicação de substâncias húmicas – Crédito Shutterstock

Ação direta

O estudo da ação direta das substâncias húmicas sobre o metabolismo e o crescimento das plantas tem sido centrado, principalmente, nos ácidos fúlvicos, ou seja, a fração humificada considerada de menor massa molecular.

Isso ocorreu por uma simples questão: não era possível conceber que uma substância de massa dois ou três milhões de vezes maior como os ácidos húmicos (na ordem de micrômetros) pudesse passar por poros ou espaços aparentes no apoplasto (na ordem de nanômetros).

No entanto, baseando-se na concepção emergente do arranjo macroestrutural de substâncias húmicas, compostos de reconhecida capacidade de regulação e estimulação do crescimento vegetal, como os hormônios vegetais, podem estar fracamente unidos à supraestrutura das substâncias húmicas e ser liberados para a solução do solo e para a absorção das plantas por uma simples variação de pH na interface das raízes.

Dessa forma, os ácidos húmicos e seus domínios hidrofóbicos predominantes podem ser considerados um liberador de compostos químicos que pode ser aberto ou fechado, fazendo uma ligação entre a planta e seu ambiente de crescimento.

Tais alterações podem supostamente gerar fragmentos de baixo peso molecular, potencialmente capazes de induzirem alterações no metabolismo celular de plantas. Os efeitos das substâncias húmicas nos vegetais estão relacionados com o aumento na absorção de nutrientes, devido à influência na permeabilidade da membrana celular e ao poder quelante, bem como à fotossíntese e à formação de ATP, aminoácidos e proteínas.

O desenvolvimento

As substâncias húmicas alteram diretamente o metabolismo bioquímico das plantas e, por consequência, podem influenciar seu desenvolvimento. A interação planta-microrganismo pode alterar a estrutura e a conformação das substâncias húmicas, e pequenas unidades portadoras de bioatividade podem estimular o crescimento e o metabolismo dos organismos.

A ação direta das substâncias húmicas sobre o metabolismo e o crescimento das plantas tem sido atribuída à ação das substâncias húmicas de menor peso molecular, sobretudo os ácidos fúlvicos.

Nesses termos, a concepção do arranjo supraestrutural das substâncias húmicas preconiza que compostos de reconhecida capacidade de regulação e estimulação do crescimento vegetal (hormônios vegetais, por exemplo) estão ligados à supraestrutura das substâncias húmicas e, assim, podem ser liberados para a solução do solo por uma variação de pH na rizosfera, entre outros fatores.

O aumento da absorção de nutrientes proporcionado pela presença de substâncias húmicas em solução tem sido atribuído ao aumento da permeabilidade da membrana plasmática, por meio da ação das substâncias húmicas, e à ativação da H+-ATPase da membrana plasmática.

Essa matéria completa você lê na edição de Julho da revista Campo & Negócios Grãos. Clique aqui e faça sua assinatura agora.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Lubrificante para correias: eficiência que move seu campo

2

Solvente hidrogenado: uma inovação sustentável no campo

3

Mariangela Hungria receberá “Nobel da Agricultura” nos EUA

4

Cenoura híbrida transforma desafios climáticos em oportunidades para a horticultura brasileira

5

Paranavaí sediará a 4ª Feira Internacional da Mandioca com expectativa de superar R$ 250 milhões em negócios

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Foto: Amauri Siviero (Costela de Vaca, o segundo na linha superior, e Manteiguinha Branco, o primeiro na inferior)

Pesquisa revela diversidade e alto valor nutricional em feijões amazônicos

Divulgação

Concurso de qualidade de cafés do sudoeste de Minas: evento de premiação reconhece finalistas

Imagem ilustrativa de soja/Embrapa Soja

Uso de herbicidas na produção de soja cresceu 2.274%, revela estudo

bayer (Médio)

Bayer apresenta lançamento e soluções integradas para maior produtividade na cafeicultura