Utilização correta de inoculantes aumenta a produtividade da soja

Publicado em 1 de outubro de 2016 às 07h00

Última atualização em 1 de outubro de 2016 às 07h00

Acompanhe tudo sobre Defensivo, Inoculação, Nitrogênio, Resíduos e muito mais!

Especialista da ANPII fala sobre os cuidados no manejo e na aplicação do produto

A safrinha de soja está proibida em alguns estados, devido o aumento do ataque de pragas e doenças - CréditoAlfapress
 CréditoAlfapress

Com o início do plantio de soja em todo o país os produtores buscam soluções para que a próxima safra tenha alta produtividade. Segundo o consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), Solon Araújo, é possível elevar a qualidade do grão com a utilização de inoculantes “Podemos comparar o produto a um carro de fórmula 1 – para que alcance todo seu potencial, é indispensável que seja usado corretamente. Isso também acontece com a inoculação da soja“, aponta.

Atualmente já existem linhagens de soja capazes de produzir acima de 6.000 kg/ha, embora a média nacional seja a metade disto. Mas o fato é que a produtividade aumentou notavelmente, tanto em função das novas formas de cultivar a planta, como também pelo uso massivo de tecnologia por parte dos agricultores.

“Neste contexto a fixação biológica do nitrogênio tem um papel preponderante. Aproximadamente 33 milhões de hectares de soja são cultivados com o uso desta tecnologia como fonte de nitrogênio, dispensando assim, o uso de fertilizante nitrogenado“, reforça.

O consultor reforça ainda que o inoculante é um produto vivo e, portanto, deve ser manuseado com muito mais cuidado do que aqueles utilizados como produtos inertes. Desde o transporte da revenda até a fazenda, passando pelo armazenamento, uma série de atenções devem ser dadas ao produto:

  • Não deixar exposto ao sol;
  • Não armazená-lo em locais demasiadamente quentes;
  • Não guardar em ambientes com resíduos químicos.

Outro ponto que merece atenção é a mistura do inoculante com as sementes. Para que ocorra uma boa inoculação é preciso que 1,2 milhão de bactérias “grudem“ em cada semente de soja ou outra leguminosa que será semeada. “Para que isto ocorra é preciso fazer uma mistura adequada, verificando que cada semente fique recoberta pelo inoculante. No caso do inoculante em pó, à base de turfa, isto fica mais fácil, pela coloração escura do produto. Já no inoculante líquido é necessário um pouco mais de cuidado e observação“, explica.

Solon Araújo também reforça a importância de verificar que produtos estão sendo utilizados nas sementes, para o tratamento contra doenças e pragas. “É necessário consultar os fabricantes dos inoculantes para saber quais produtos são mais compatíveis com as bactérias“, salienta.

Praticamente todos os produtos químicos tem algum grau de incompatibilidade, matando em maior ou menor quantidade as bactérias, o que pode causar baixa nodulação. “Esta mortalidade geralmente não ocorre de choque, mas de forma lenta através de algumas horas. Assim, é importante respeitar um tempo máximo entre a inoculação e a semeadura. Este tempo nunca deve exceder a doze horas“, adverte o consultor da ANPII.

Para finalizar e assim o produtor garantir uma boa inoculação em sua cultura é de nunca misturar em uma mesma calda o inoculante com defensivos que serão utilizados nas sementes. “Esta mistura, popularmente chamada de ‘sopão’, causa danos irreversíveis às bactérias e prejudica seriamente a nodulação“.

A ANPII reforça que é importante que os agricultores leiam as instruções de uso do produto, que consultem o fabricante ou seu assistente técnico para que possam tirar todo o proveito de um produto que tem fundamental importância para que se obtenham elevadas produtividades nas culturas de leguminosas.

Sobre a ANPII

 

A Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Importadores de Inoculantes (ANPII) foi fundada em 1980 e reúne 11 empresas (Agrocete, Biagro, Bioagro, Basf, Grupo Bio Soja, Microquimica, Nitro 1000, Novozymes, Rizobacter do Brasil, Stoller e Total Biotecnologia) que comercializam inoculantes no país. A principal atividade da associação, além de representar as associadas, é um trabalho para a melhoria contínua dos inoculantes e pela divulgação desta técnica junto à assistência técnica e agricultores. A ANPII tem muito claro que a Fixação Biológica do Nitrogênio é uma tecnologia estratégica para a cultura de leguminosas e já está a caminho para outras famílias de plantas.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Reversão das taxas impostas sobre os cafés do Brasil pelos EUA

2

PHC apresenta tecnologia sustentável para ganho de produtividade no CEPA FARM MS

3

Saca de café do Cerrado Mineiro é vendida por R$ 200 mil e quebra recorde nacional

4

Tipos de pera: cultivo, características e potencial no Brasil

5

Protetor solar para melancias existe?

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Crédito Shutterstock

Tipos de pera: cultivo, características e potencial no Brasil

Renato Costa, diretor Comercial e de Operações do Grupo Agronelli /
Agronelli

Empresa mineira leva resultados de projetos de sustentabilidade e economia circular à COP30

Crédito TRC

Floresteca: a maior produtora de teca do mund

Castanha - Crédito: shutterstock

Por que as castanhas são a fonte perfeita de gorduras boas?