Soja oscila nos mercados e abre espaço para o produto brasileiro

Analistas de mercado de diversas consultorias avaliam que, além dos fatores já conhecidos, o mercado está preocupado com o clima nos EUA, que está com seca em muitas regiões produtoras significando dificuldade no início do plantio da nova safra de soja.

Publicado em 29 de abril de 2022 às 13h06

Última atualização em 29 de abril de 2022 às 13h06

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Crédito Ana Maria Diniz

Na Bolsa de Chicago, a soja tem subido, mas os demais mercados não estão acompanhando o mesmo ritmo. Analistas de mercado de diversas consultorias avaliam que, além dos fatores já conhecidos, o mercado está preocupado com o clima nos EUA, que está com seca em muitas regiões produtoras significando dificuldade no início do plantio da nova safra de soja. No ano passado, nesta época, o plantio já estava atingindo 3% da área.

Além disso, vem piorando o quadro de guerra entre Rússia e Ucrânia, fato que eleva o preço do petróleo, puxando para cima as cotações do óleo de soja, as quais voltaram a superar os 80 centavos de dólar por libra-peso nesta semana, considerando o primeiro mês cotado, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mesmo assim, o esmagamento de soja nos EUA subiu em março, atingindo o seu mais alto nível para o terceiro mês do ano, enquanto os estoques de óleo de soja caíram para o menor patamar desde novembro, segundo dados da ABIOVE (Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas). As indústrias moageiras norte-americanas esmagaram 10,1% acima do registrado em fevereiro e 2,1% acima do processado em março de 2021, atingindo a um total de 4,95 milhões de toneladas no mês passado, segundo o USDA (United States Department of Agriculture).

“E dentro desse cenário é importante, tanto produtores como a indústria beneficiadora de soja brasileira, observarem os movimentos dos mercados com maior demanda”, salientou Enrique Traver, CEO da Copagri. Os analistas vêem que o que há de garantido é a alta lucratividade da soja, que está em torno de 45%. Para Enrique Traver, é o detalhe que vai fazer a diferença. “Importante se levar em conta, por exemplo, custos de produção levantados pelas entidades como DERAL (PR), FARSUL (RS) e pelo IMEA (MT), confrontando com preços pagos aos produtores nos estados produtores. Pois, este é um lucro considerável em qualquer parte do mundo, com ou sem guerra. Cabe ao agricultor agora decidir se é suficiente e vender ou se vai arriscar e esperar para vender na esperança de conseguir um valor maior”, avalia.

O CEO da Copagri pondera ainda que, esta semana, os olhos estão para o Petróleo e óleos vegetais em queda e podem espalham fraqueza à soja. “Na Indonésia, por exemplo, o bloqueio das exportações de óleo de palma afeta apenas parcialmente. Além disso, apesar das vendas à China anunciadas pelo USDA, há temores de menor demanda do gigante asiático diante das medidas de confinamento em várias cidades devido a surtos de casos de Covid”, explica o Traver.

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