Como funciona o substrato para morango em slabs?

Entenda a importância da fibra de coco e como preparar corretamente o substrato para morango.

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 09h12

Última atualização em 1 de dezembro de 2025 às 08h02

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O substrato para morango é um dos principais fatores para determinar a eficiência e o sucesso do sistema agrícola. No Brasil, o substrato para morango mais utilizado provém de uma mistura de subprodutos agroindustriais de baixo custo, como a casca de arroz, a casca de pinus e a cinza da casca de arroz (carbonizada ou não).

A escolha por ela ocorre porque é um substrato de baixo custo, permitindo obter um resultado satisfatório dentro do atual nível tecnológico da maioria das áreas de produção.

Cuidados Essenciais com o Substrato para Morango

Alguns cuidados em relação ao substrato, quando a casca de arroz não é carbonizada e a casca de pinus não é curtida, portanto materiais que não estão com sua decomposição estabilizada, é que sejam adquiridos com um ano de antecedência, para possibilitar sua estabilização.

Ao plantar em um substrato que se encontra em um estado de decomposição em andamento, possivelmente as bactérias decompositoras irão imobilizar boa parte do nitrogênio, prejudicando o desenvolvimento da planta.

Outro fator importante é que a cinza da casca de arroz possui uma alta condutividade elétrica (CE) sem valor nutricional. Por ser composta de 92% de sílica não solúvel, ela pode salinizar o substrato para morango e danificar as raízes. Por este motivo, antes do plantio, este substrato deve ser lavado intensamente até que a condutividade elétrica se aproxime dos níveis da água utilizada na fertirrigação.

Trata-se de um substrato de baixa capacidade de translocação lateral da solução nutritiva, deixando a parte inferior do substrato com uma umidade superior à da parte superior. Esta diferenciação pode ser alterada conforme os teores de cinza, mas com a maior adição da quantidade de cinza, diminui-se a aeração do substrato.

Opções Modernas de Substrato para Morango

Em temos de substrato, existem vários outros tipos comumente utilizados, como a turfa, fibra de coco, argilas expandidas (perlita, cinazita e vermiculita), serragem, maravalha, areia, entre outros, podendo ter substratos formados com a combinação entre eles.

No caso do morango, os tradicionalmente utilizados a nível mundial são os que possuem como base a turfa e a fibra de coco.

Turfa e Fibra de Coco

Os substratos mais utilizados em nível mundial para morango são os que possuem como base a turfa e a fibra de coco. A turfa, excelente condicionador de solo, está tendo seu uso reduzido devido à restrição ambiental (material não renovável).

Como substituto ecológico, a fibra de coco aumentou sua participação e é amplamente utilizada como substrato para morango nas versões chips, fibrosa e granulada. Para o morango, é mais indicado o uso da granulada ou granulada com mistura fibrosa, sempre sem adição de nutrientes, requerendo apenas correção inicial do pH.

Guia de Manejo e Preparo da Fibra de Coco

O substrato para morango à base de fibra de coco pode ser usado em slabs (compactados em forma de tábuas) ou em sacos compactados. O preparo é crucial:

Preparo de Sacos Compactados:

  1. Abra a embalagem, destorroando o substrato, deixando-o solto e fofo.
  2. Encha as embalagens sem compactar, respeitando o aumento de volume após a umidificação.
  3. Adicione 30 litros de água para cada 100 litros de substrato, misturando bem.
  4. Deixe o material “descansar” por duas horas.
  5. Aplique o tratamento com nitrato de cálcio: 3,0 kg para cada metro cúbico expandido.
  6. Lavagem: O substrato para morango deve ser lavado com água limpa para reduzir o nível de CE da água de drenagem ao nível da água de irrigação. Este procedimento é crucial.
  7. Após a lavagem, irrigue com uma fórmula completa de fertirrigação até que a CE de drenagem atinja o nível da CE de entrada.
  8. O substrato estará pronto para o plantio.

Preparo de Slabs (Tábuas):

Os slabs pré-fabricados ou montados exigem furos de plantio e orifícios de drenagem na parte inferior.

  • É essencial a lavagem dos slabs para reduzir a CE (similar ao processo dos sacos compactados).
  • Após a lavagem, os slabs devem ser irrigados com fertirrigação completa até o equilíbrio da CE.
  • Os gotejadores devem ser colocados no máximo a 20 centímetros de distância, com taxa de fluxo recomendada de 1,0 a 2,0 litros/hora.
  • Somente após a lavagem e a nutrição inicial, o plantio deve ser executado.

AUTOR: Mário Calvino Palombini
Engenheiro agrônomo e proprietário da Vermelho Natural
vermelhonatural@hotmail.com

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