Como é o mapeamento da área com uso de água para cana-de-açúcar?

Como é o mapeamento da área com uso de água para cana-de-açúcar?
Como é o mapeamento da área com uso de água para cana-de-açúcar?

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 08h39

Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 08h39

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Crédito Ana Maria Diniz

Segundo o Levantamento da Cana-de-Açúcar Irrigada e Fertirrigada no Brasil, apenas 5% das áreas com uso intenso de água demandam 56,7% do volume total para a atividade

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a irrigação na cultura de cana-de-açúcar em todo o Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) lançou o Levantamento da Cana-de-Açúcar Irrigada e Fertirrigada no Brasil durante a 45ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Este trabalho também busca subsidiar a tomada de decisão e análises de risco com foco na segurança hídrica da agricultura irrigada e nos demais usos compartilhados da água, além de oferecer dados para o cálculo de demanda de uso do recurso.

Segundo o estudo, a fertirrigação, que é feita exclusivamente com água de reúso (vinhaça e águas residuárias), está presente em 79,5% da área irrigada de cana-de-açúcar no Brasil, o que equivale a 2,9 milhões de hectares ou 29,1% da área total de canaviais do Brasil (11,2 milhões de hectares). Já as áreas que recebem a irrigação, apenas com água ou consorciada com água de reúso, ocupam 749 mil hectares (6,7% dos canaviais brasileiros).

O Levantamento define dois grupos de uso da água para cana-de-açúcar, formados por duas classes cada. O primeiro concilia a fertirrigação e a irrigação de salvamento e é o perfil de uso menos intensivo. O segundo grupo realiza uma utilização mais intensiva da água e relaciona dois tipos de irrigação: com déficit e plena.

De acordo com o estudo da ANA, uma área de apenas 5% do perfil de alta hidrointensidade demanda 56,7% do volume de água para cana-de-açúcar, sobretudo em Minas Gerais (31%), Goiás (17,8%), Alagoas (16,2%), Maranhão (12,8%) e Bahia (11,7%). Por outro lado, o perfil menos hidrointensivo ocupa 95% da área irrigada e fertirrigada no Brasil, sendo que São Paulo lidera em área fertirrigada com 68,5% do total. Goiás (7,7%), Mato Grosso do Sul (7%), Minas Gerais (6,8%), Paraná (6,5%) e Mato Grosso (2,5%) vêm na sequência.

Segundo o Levantamento, as duas grandes regiões que concentram o cultivo da cana, Centro-Sul e Norte-Nordeste, têm características diferentes. Como a disponibilidade hídrica para o cultivo é significativamente menor no Norte-Nordeste, há uma necessidade maior de irrigação. Já no Centro-Sul, onde se concentra 92% da produção de cana, as chuvas regulares favorecem o bom desenvolvimento dos canaviais, que recebem suplementação de nutrientes por meio da fertirrigação, principalmente no período mais seco. Mais ao norte dessa região, em Minas Gerais e Goiás, o déficit é mais acentuado e a irrigação passa a ser mais praticada.

O novo estudo atualiza e amplia o Levantamento da Cana-de-Açúcar Irrigada no Centro-Sul, pois expande a análise para todo o território brasileiro e inclui dados sobre a fertirrigação. Além disso, o Levantamento da Cana-de-Açúcar Irrigada e Fertirrigada no Brasil é parte das atividades de atualização do Atlas Irrigação, que terá o lançamento de sua segunda edição em 2020. O estudo também subsidiará o novo Plano Nacional de Recursos Hídricos.

Na fertirrigação há uma utilização quase que exclusivamente de resíduos do processo industrial do setor sucroenergético, como a vinhaça e as águas residuárias. No salvamento, que tende a estar consorciado à fertirrigação, são aplicadas pequenas lâminas de água de mananciais para reduzir parcialmente o estresse hídrico após o corte da cana no período mais seco. A irrigação com déficit ou plena busca suprir boa parte do déficit hídrico da cana-de-açúcar, o que representa aplicação de grandes volumes de água por hectare.

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