Enxertia de plantas juvenis no Brasil, é uma tendência?

Enxertia de plantas juvenis no Brasil, é uma tendência?
Enxertia de plantas juvenis no Brasil, é uma tendência?

Publicado em 21 de setembro de 2019 às 14h37

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h44

Acompanhe tudo sobre Cacau, Enxertia, Evento, Fusariose, Maracujá, Melancia, Pepino, Pimenta, Pimentão, Plantio, Polímero, Solo, Tomate, Tomaticultura, Viveiro e muito mais!

Autor

Ernesto Naoki Abuno
Engenheiro agrônomo e diretor técnico da Nativo Agrícola Ltda

Crédito: Nativo

A enxertia é uma das técnicas agrícolas mais antigas que se conhece. Tradicional em frutíferas, durante muito tempo ficou restrita a essas áreas, pelo custo operacional de se realizar tal tarefa, que exige muita perícia do enxertador, aliado à baixa produtividade. A técnica só se justificava em culturas de baixa densidade de plantio e de alto retorno econômico.

Com o advento dos modernos clipes de polímeros, a enxertia sofreu um grande salto tecnológico, possibilitando altíssimos rendimentos, reduzindo substancialmente os custos de uma planta enxertada.

Hoje temos relatos de enxertia desde maracujá, cacau, tomate, pepino, melancia ao pimentão, entre outros, utilizando tais clipes. As finalidades são as mais variadas, desde resistência a doenças de solo, ganho de vigor, longevidade, resistência a frio, modificação na arquitetura de planta, entre outros.

O tomateiro é, de longe, a hortaliça que mais se enxerta no Brasil. Inicialmente introduzida com o intuito de conferir resistência à murcha bacteriana, hoje temos porta-enxertos específicos para ganho de vigor e resistência à fusariose nas mais diversas combinações de diferentes graus em cada parâmetro. Isso permite ao produtor a escolha de um material adequado às suas necessidades, dentro do seu clima e condições de cultivo.

Plantas juvenis

O enxerto de plantas juvenis implica em ter instalações mínimas (salas de pegamento) para que possamos controlar os parâmetros climáticos até que ocorra o pegamento da enxertia. São instalações de custo relativamente elevado, o que levou a um alto grau de profissionalização dos viveiros.

Passamos a ter um novo e importante “player” na cadeia de negócios: o viveiro deixou de ser um prestador de serviço, de participação reduzida na cadeia, e passou a ser um grande difusor de um conjunto de tecnologias que envolve o cultivo de uma planta enxertada.

Passou-se a agregar mais e mais qualidades nas mudas e, consequentemente, maior valor. Cultivos localizados em regiões com boa adaptação climática tendem a explorar melhor o potencial de uma planta enxertada, aumentando o abismo com regiões marginais. A tomaticultura passou a ser menos especulativa, mais segura e confiável como negócio. O empresário passou a investir com maior segurança, já que as frustrações foram reduzidas.

Tendência

A agricultura passa por um processo de modernização contínua, em que se vê obrigada a assumir a responsabilidade ambiental que cabe a uma atividade de grande impacto, em vista da área que ocupa. Não há espaço para novos desmatamentos, procurando continuamente áreas novas para fugir de enfermidades.

A enxertia veio como uma grande ferramenta nesse processo, aliado aos avanços da pesquisa genética e às modernas alternativas técnicas de menor impacto ambiental.

Hoje, os clipes de polímeros plásticos são descartáveis, mas não degradáveis, o que deixa, ainda que pequeno, um incômodo passivo ambiental. Nós, da Injertec e Nativo Agrícola, estamos desenvolvendo clipes biodegradáveis, atitude pioneira na área em todo o mundo, sempre na vanguarda do avanço tecnológico na área de enxertia.

Também realizamos treinamentos, palestras, assessoria técnica e workshops em empresas, eventos e universidades, como parte importante do nosso compromisso na difusão dessa tecnologia.

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