Prevenção e combate à broca-do-café

Prevenção e combate à broca-do-café
Prevenção e combate à broca-do-café

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 08h52

Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 08h52

Acompanhe tudo sobre Armadilha, Biológico, Café, Colheita, Controle biológico, Pulverização, Vespa e muito mais!

Autores

Cássio Pereira Honda Filho
Mestre em Fisiologia Vegetal e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
cassiop.hondafv@gmail.com
Mariana Thereza Rodrigues Viana
Doutora em Fitotecnia – UFLA
marianatrv@gmail.com
Otávio Vitor Souza Andrade
Graduando em Agronomia – UFLA
otaviovsandrade@gmail.com

A broca-do-café (Hypothenemus hampei), encontrada em todas as regiões produtoras de café do mundo, é considerada uma das mais importantes pragas da cultura, pois ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive o grão já seco. Além de provocar a queda prematura dos grãos, o ataque da broca ocasiona perdas significativas no peso dos grãos brocados, que pode chegar a até 20% em altas infestações. Verifica-se também perda da qualidade do produto final.

A intensidade de infestação da broca é maior no período de ocorrência de frutos “chumbão” na planta, o que muda de região para região, dependendo da época de floração. Portanto, monitoramento deve ocorrer de forma preventiva no “período de trânsito” da praga, que ocorre de 80 a 90 dias após a floração.

Recomenda-se o monitoramento mensal da praga, porém, em períodos de alta infestação o monitoramento deve ocorrer quinzenalmente. Deve ser feito por meio da contagem de frutos ou utilizando armadilhas.

As armadilhas ajudam a detectar a presença de fêmeas adultas de broca na lavoura, sendo recomendada uma armadilha/hectare. Já o monitoramento por contagem de frutos é feito pela avaliação de 20 plantas/hectare, em “zigue-zague”.

Ao avaliar as plantas, deve-se coletar uma amostra de 100 frutos/planta e realizar a contagem dos grãos brocados e não brocados. O controle químico deve ser feito caso o percentual de frutos brocados seja de 3,0 a 5% para o método de contagem. Já para o método de amostragem por armadilha, o controle químico é recomendado caso verificada uma média superior a 100 insetos adultos/armadilha.

Com o monitoramento constante, o controle poderá ser feito talhão por talhão, visto que o ataque não ocorre de forma homogênea em toda a área, reduzindo assim os custos de controle. Mesmo após a aplicação do inseticida, o monitoramento deve continuar.

Opções

Atualmente, o mercado possui diversos produtos registrados para controle da broca-do-café. Aqueles dos grupos químicos antranilamidas e organofosforados são os mais utilizados e apresentam uma boa eficiência de controle. Para os sistemas de cultivo que não utilizam produtos agroquímicos, pode ser feito o controle biológico, por meio da pulverização com o fungo Beaveuria bassiana, que é um entomopatogênico da broca.

A vespa-da-costa-do-marfim (Cephalonomia sp.) e a vespa de uganda são importantes inimigos naturais da broca, contudo, ainda não existem estudos sobre a possibilidade de multiplicação em larga escala para uso no controle a campo.

A ocorrência de chuva no inverno, os cultivos adensados, a baixa incidência de luz e o pouco arejamento são condições que favorecem o desenvolvimento dessa praga. Dessa forma, a redução do ataque da broca pode ser obtida fazendo-se uma colheita bem feita, com a retirada de todos os frutos da planta e do chão, e a erradicação de lavouras abandonadas, reduzindo assim a possibilidade de sobrevivência dessa praga para a próxima safra, sendo que o manejo adequado da lavoura é o melhor método de controle da broca-do-café.

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