Automação da fertirrigação no tomate hidropônico

Crédito Hidrogood

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 07h11

Última atualização em 24 de setembro de 2018 às 07h11

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Glaucio da Cruz Genuncio

Professor de Fruticultura ” Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

glauciogenuncio@gmail.com

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia – UFRRJ

Giovani de Oliveira Arieira

Professor de Fitopatologia –  UFMT

Rafael Campagnol

Professor de Olericultura ” UFMT

Crédito Hidrogood
Crédito Hidrogood

O sistema de fertirrigação inteligente, ainda uma novidade na hidroponia, permite a redução da mão de obra e de falhas humanas na elaboração da solução nutritiva, mantendo estáveis ao longo do dia os níveis de EC e pH ideais para o cultivo.

Além disso, permite o acompanhamento e controle da solução nutritiva remotamente, via internet, e conta com sistema que identifica os dias mais quentes e com mais radiação solar, realizando com mais frequência o ciclo de circulação da solução nutritiva para evitar o murchamento das plantas.

Vantagens da automação na fertirrigação

O desenvolvimento de processos automatizados visando qualidade no cultivo de hortaliças em sistema hidropônico pode ser considerado o próximo passo na evolução deste tipo de modalidade de cultivo de hortaliças no Brasil. Ressalta-se ainda uma evolução crescente das técnicas e tecnologias voltadas para o cultivo hidropônico, tais como: desenvolvimento de perfis com tecnologia para menor aquecimento da solução nutritiva, diferentes modelos e tipos de estufa em função de características regionais, soluções nutritivas específicas para culturas e para condições microclimáticas nas quais estas são cultivadas, além de inovações em termos de plásticos e telas de sombreamento voltadas para a redução da temperatura no interior das estufas e aumento na eficiência fotossintética das hortaliças cultivadas hidroponicamente.

Em contrapartida, o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem ao produtor um eficiente monitoramento e controle das variáveis microclimáticas (temperatura, UR%, ponto de orvalho, pressão de vapor, dentre outros), assim como da irrigação e da aplicação de nutrientes via fertirrigação (sistemas hidropônicos em substratos) e variáveis produtivas da solução nutritiva em sistema NFT (EC, pH, temperatura e oxigenação) são fundamentais para a garantia de elevadas produtividades e qualidade de plantas hortícolas a serem comercializadas.

Assim, o uso da automação no manejo nutricional em sistemas hidropônicos, em específico, possui como vantagens:  melhor programação na aplicação de fertilizantes, além do controle na aplicação de soluções nutritivas com diferentes razões de nutrientes (N:K, P:K, Ca:Mg), com menores variações nos valores de EC e pH, as quais afetam significativamente o crescimento e desenvolvimento das plantas.

Além da economia de água, fertilizantes e, principalmente, mão de obra, a prática de automação permite ao produtor uma melhor tomada de decisão quanto ao manejo da nutrição a partir de respostas produtivas em função de decisões assertivas baseadas na coleta de dados in situ.

Erros humanos

Equipamentos modernos para implantação da automação na fertirrigação - Crédito Glaucio Genuncio
Equipamentos modernos para implantação da automação na fertirrigação – Crédito Glaucio Genuncio

O primeiro erro, e o mais comum, é a falta de uma análise química da água a ser utilizada no projeto hidropônico. Esta análise química é importante pois possibilitará ao produtor tomar decisões em função dos elementos químicos presentes na mesma.

Um exemplo é a concentração de sódio na água, pois concentrações acima de 40 mg L-1 restringirão a escolha de espécies a serem cultivas em hidroponia. Por outro lado, a presença de elevadas concentrações de cálcio e bicarbonato e, consequentemente, valores elevados de pH dificultarão o controle do pH, em função da restrição de ácidos comercializados no Brasil, sendo o uso do ácido fosfórico o mais comum em hidroponia e problemático quando temos concentrações elevadas de cálcio na água, devido à formação de precipitados (fosfato de cálcio).

Equipamentos modernos para implantação da automação na fertirrigação - Crédito Glaucio Genuncio
Equipamentos modernos para implantação da automação na fertirrigação – Crédito Glaucio Genuncio

Por outro lado, alguns erros mais comuns são: a não observância das reações de precipitação ocasionadas pela incompatibilidade química entre os fertilizantes utilizados, por exemplo, a mistura de soluções concentradas contendo cálcio e sulfatos/fosfatos, gerando produtos insolúveis, como sulfato de cálcio e fosfato de cálcio.

A não correção do pH, com consequente redução da eficiência de quelatos de Fe (Fe-EDTA), cuja estabilidade torna-se reduzida em valores de pH acima de 6,0.

O desconhecimento da solubilidade específica dos fertilizantes pode ser problemático, pois ocasionará problemas de entupimento do sistema, além da inobservância da EC e do índice salino específicos de cada fertilizante, o que ocasionará diferentes potenciais osmóticos da solução nutritiva.

Ainda como erro está o não monitoramento e controle da temperatura e da oxigenação da solução nutritiva, com a não manutenção de níveis de temperatura abaixo de 30ºC e de oxigenação acima de 8 mg L-1 da solução nutritiva em sistemas hidropônicos tipo NFT.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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