Silício reduz requeima em batata

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 07h39

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h31

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Carla Verônica Corrêa

Doutoranda em Agronomia ” UNESP

cvcorrea1509@gmail.com

Luís Paulo Benetti Mantoan

Doutorando em Ciências Biológicas (Botânica) ” UNESP

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Pesquisa comprova que a aplicação foliar de silício na batata, quando utilizada semanalmente, reduz em até 50% a severidade da requeima (Phytophorainfestans), em relação às plantas que não receberam silício, sendo essa doença considerada uma das principais da cultura.

Importância econômica

A cultura da batata é cultivada em mais de 125 países, sendo consumida por mais de um bilhão de pessoas. Trata-se de uma importante fonte de alimento, pois fornece proteína de alta qualidade, vitaminas e sais minerais, além de proporcionar energia proveniente dos carboidratos.

Além disso, é a cultura de destaque no Brasil. Os principais Estados produtores são Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

Manejo fitossanitário

Atualmente, busca-se o manejo de doenças de modo a promover redução dos custos com aplicação e danos ao meio ambiente. Neste contexto, o silício vem ganhando papel de destaque.

O uso correto de alguns elementos, como o silício (Si), considerado benéfico para as plantas, está proporcionado resultados positivos no que diz respeito ao manejo alternativo de pragas e doenças.

O Si auxilia no controle alternativo de doenças por meio de dois mecanismos, sendo um físico e o outro bioquímico. O mecanismo físico é o mais bem esclarecido pelos pesquisadores, em quea deposição de sílica na superfície dificulta a penetração das hifas dos patógenos, e assim reduz as chances de infecção do fitopatógeno.

O mecanismo bioquímico ainda apresenta algumas lacunas a serem elucidadas, no entanto, plantas que recebem adubações à base de silício apresentam maiores concentrações de compostos relacionados com a defesa do vegetal, tais como os compostos fenólicos.

Manchas necróticas grandes de requeima em batata Fonte Embrapa hortaliças.
Manchas necróticas grandes de requeima em batata Fonte Embrapa hortaliças.

Sintomas da requeima

Nas folhas, os sintomas de requeima são caracterizados por manchas de tamanhos variáveis, com coloração verde-clara ou escura e aspecto úmido. Com o passar do tempo, essas manchas adquirem coloração pardo-escuro, ficam necrosadas e irregulares, podendo apresentar envoltório com halo amarelado.

Na face inferior das lesões verifica-se o crescimento de estruturas branco-acinzentadas, aveludadas, localizadas ao redor das lesões. Em seguida, com a evolução da doença, as folhas exibem aspecto de queima generalizada.

Essa doença também causa a morte das gemas apicais e folhas jovens, comprometendo o crescimento das plantas. Nas hastes e pecíolos as lesões são pardo-escuras, alongadas, aneladas, e quando muito severas causam a quebra desses órgãos e a morte das áreas posteriores ao ponto de infecção.

Nos tubérculos, as lesões são castanhas, superficiais, irregulares e com bordosdefinidos. Os sintomas em tubérculos são mais frequentes em regiões sujeitas à ocorrência simultânea de baixas temperaturas e alta umidade.

Escurecimento na parte superior de caule de batata causado pela requeima (B). Fonte Embrapa hortaliças.
Escurecimento na parte superior de caule de batata causado pela requeima (B). Fonte Embrapa hortaliças.

Condições para a doença

Os fatores climáticos temperatura e umidade relativa do ar são as variáveis que mais afetam a infecção por Phytophthora infestans. Outro aspecto de destaque para o desenvolvimento e severidade dessa doença é o período de molhamento foliar, originado por chuva, orvalho, nevoeiro e irrigação.

No entanto, a principal condição que favorece o desenvolvimento da requeima é a temperatura entre 7,2 a 26,6°C em período prolongado de umidade alta.

Atuação do silício30

Por ser considerado um elemento benéfico,a suplementação com silício vem sendo adotada como eficiente estratégia para aliviar os efeitos negativos tanto de estresses bióticos como abióticos. Este elemento acumula abaixo da cutícula foliar, permitindo a formação de uma camada mais espessa, o que dificulta a penetração de hifas de fungos na epiderme das plantas, reduzindo a incidência de doenças.

Além disso, possibilita o aumento da produção de fitoalexinas, que são substâncias de defesa das plantas contra o ataque de patógenos, além de outras substâncias, como quitinases.

O silício pode estar envolvido em vias metabólicas e fisiológicas que ainda não foram completamente esclarecidas. Os trabalhos científicos também relacionam os benefícios do silício à atividade de enzimas antioxidantes que atuam reduzindo a ação de espécies reativas de oxigênio que apresentam expressivo aumento em condições de estresse, como ataque de patógenos.

A aplicação de silício pode estruturar melhor a epiderme quando comparada a folhas de plantas que não receberam silício. Como a epiderme encontra-se mais estruturada, há maior dificuldade de penetração das estruturas de reprodução dos fungos.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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