Fosfito no controle de doenças de cedro australiano

Crédito Bruna Souto

Publicado em 24 de dezembro de 2017 às 07h19

Última atualização em 24 de dezembro de 2017 às 07h19

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Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Crédito Bruna Souto
Crédito Bruna Souto

O cedro australiano (Toonaciliata M. Roem) é originário da Índia, Malásia e do Norte da Austrália. A espécie possui similaridade botânica com o cedro nativo (Cedrelafissilis e C. odorata), árvores das mais conhecidas da Mata Atlântica brasileira.

O cedro australiano é de grande porte, atingindo 20m de altura e 1,20 m de circunferência nos plantios encontrados no Brasil, onde é plantado. Tem casca grossa dura, de coloração cinza a marrom, com manchas de líquens.

Desenvolve-se em áreas com precipitação anual de 1.100mm, mas, para maior produtividade necessita de bom abastecimento de água. Entretanto, não tolera longos períodos de encharcarmento, o que retarda seu desenvolvimento.

A temperatura ótima para os povoamentos fica em torno de 20 a 26ºC, sendo tolerante a baixas temperaturas, mas não a geadas. A variação de altitude para o plantio é alta, sendo possível o estabelecimento da cultura em baixas e elevadas altitudes, com até 1.700m, com redução na velocidade de crescimento em altitudes mais acentuadas.

Versatilidade

É uma espécie de múltipla utilização. A madeira é de boa qualidade e tem grande aceitação para a fabricação de móveis e acabamentos em construção civil. É largamente empregada nas obras de entalhe e esculturas, em portas e janelas, na construção naval e aeronáutica, para confecção de lápis, instrumentos musicais, entre outras aplicações.

Em alguns lugares, as flores são usadas como corantes, e na Índia como forragem para o gado bovino. Ainda, da madeira do cedro extrai-se óleo essencial, com perfume semelhante ao cedro-do-líbano.

O chá das cascas do cedro é utilizado, na medicina popular, como tônico fortificante, adstringente, febrífugo, no combate aos desarranjos intestinais e artrite. Esta essência também é promissora para a recuperação de solos contaminados por metais pesados.

Pode ser empregada em projetos paisagísticos e arborização urbana e para recuperação florestal de áreas degradadas e de matas ciliares, onde não ocorrem inundações.Trata-se, assim, de uma espécie de múltiplo uso, o que reforça a sua importância econômica.

Fitossanidade

Ainda não foramcientificamente descritas doenças que incidam sobre o cedro-australiano. Porém, no cedro nativo tem ocorrido as manchas das algas, que por se restringir às folhas velhas é irrelevante,e a mancha-de-phyllachora.

A mancha-de-phyllachora,causada pelo fungo Phyllachorabalansae (Speg.), ataca em primeiro lugar as folhas. Com o passar do tempo o fungo pode atingira planta toda, desfolhando-a totalmente.

O controle pode ser feito pela retirada das partes atacadas e o emprego de fungicidas. Imediatamente após a desfolha, a solução é a pulverização das plantas com a associação fungicida piraclostrobina + epoxiconazol, acrescido deespalhanteadesivo.

Porém, esses fungicidas não são liberados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a cultura, o que reforça a necessidade de tornar as plantas mais resistentes. Uma das opções pode ser o emprego dos fosfitos.

Os fosfitos

Fosfitos nada mais são do quesais de ácido fosforoso (H3PO3). Há fosfitos de potássio, cobre, zinco, manganês, entre outros. O íon formado tem aproximadamente 7,0% a mais fósforo disponível quando comparado aos íons do ácido fosfórico, sendo que ainda são altamente solúveis em água e absorvidos muito rapidamente e em maior quantidade por raízes e folhas.

Entretanto, os poucos estudos sobre o uso de fosfito comofertilizante comprovaram que as plantas absorvem,mas não aproveitam o fósforo do fosfito como nutriente, o fazendo apenas na forma de fosfatos (monoácido ou biácido).

Sabe-se, ainda, que os vegetais têm muita dificuldade em transformar tal formaem fosfatoe assim ser aproveitado pelas culturas (é necessária a oxidação para transformar ofosfito em fosfato, e não há enzimas nos vegetais que façam tal reação).

Participação ativa

Em condições de deficiência de fósforo, a introdução do fosfito tem efeito depressivo no desenvolvimento das plantas. A explicação provável é que a presença do fosfito inibe a expressão de genes que tentam promover, no vegetal, a superação do estresse causado pela carência de tal nutriente. O mesmo não ocorre em plantas bem nutridas: inclusive oefeito é o inverso.

Mas, o íon fosfito participa ativamente da fisiologia vegetal, conferindo às plantas maior resistência àsdoenças e pragas. Sabe-se que o fosfito pode ser auxiliar no controle de diversas doenças, como as causadas pelos fungosPytophthorasp, Fusariumsp, Oidiumspe Phytiumspe debactérias dos géneros Pseudomonas, Ralstonia, Erwinia eXanthomonas.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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