Café de qualidade é influenciado pela colheita

Publicado em 2 de setembro de 2017 às 07h36

Última atualização em 2 de setembro de 2017 às 07h36

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José Braz Matiello

Engenheiro agrônomo do MAPA/Procafé

jb.matiello@yahoo.com.br

 

Crédito Marcelo André
Crédito Marcelo André

Tecnologias de colheita seletiva de condução separada no terreiro e implantação de terreiros suspensos para o melhoramento dos lotes de café, além de contribuírem para a limpeza dos grãos, favorecem o processo contínuo de secagem, sem troca de umidade entre o solo e os grãos.

A colheita seletiva, como o próprio nome indica, é a colheita dos frutos de café selecionando os mesmos, coletando-os em mais de uma passada junto aos cafeeiros, visando colher a maior parte de frutos maduros, denominados cereja, matéria-prima ideal pra produção de cafés de melhor qualidade.

A colheita seletiva pode ser feita nas modalidades manual e mecanizada. Na manual o trabalhador vai colhendo, com cuidado, retirando com a mão e os dedos apenas os frutos maduros, deixando os demais para outra passada na lavoura.

Na colheita mecanizada a seleção dos frutos pelas colhedeiras é feita com regulagens apropriadas, também passando mais de uma vez na lavoura. Na primeira, com menor vibração e maior velocidade, serão retirados os frutos maduros em maior quantidade, aqueles que amadureceram antes.

Depois, na segunda passada, normalmente feita 20-30 dias após, a máquina vai retirar aqueles que estavam verdes por ocasião da primeira passada. É possível fazer a colheita seletiva também com a derriçadeira motorizada de operação manual, nesse caso operando mais rapidamente na primeira passada.

Uma para cada caso

A colheita seletiva manual se adapta a regiões de montanha e/ou a lavouras novas, nas primeiras safras. A mecânica se aplica a zonas plano/onduladas e a grandes plantações.

Os investimentos necessários à colheita seletiva são representados pelos maiores gastos com trabalhadores, no caso da colheita manual, e de maquinário no caso da derriça mecânica.

O custo-benefício é maior na colheita mecanizada, pois esta é uma operação de maior rendimento e, assim, pode ficar relativamente mais barata. Já na colheita seletiva manual, a dificuldade ocorre pelo elevado uso de mãodeobra, o que nem sempre está disponível, além de representar despesas maiores. Neste caso, o sistema é próprio de propriedades pequenas, de mão deobra familiar, ou em cafeeiros nas duas primeiras safras, quando a operação fica facilitada.

Na condição mais viável, a colheita com máquina automotriz ou tracionada, o custo adicional com mais de uma passada aumenta, dependendo do número delas. O mais comum são duas.

Como as velocidades são diferentes no sistema de uma única ou duas passadas, o número de horas trabalhadas aumenta cerca de 80%. Porém, por outro lado, a quantidade de café derriçado/colhido pela máquina também aumenta, pois os frutos maduros ou secos, mais predominantes nas duas passadas, são mais facilmente derrubados pela máquina.

Ocorre que os danos causados sobre as plantas, a desfolha e quebra de ramos e machucaduras tendem a aumentar com um maior número de passadas da máquina. No mesmo sentido, o café jogado ao chão, derriçado pela máquina, também aumenta.

Alternativa

A colheita seletiva é uma alternativa que exige planejamento e análise caso a caso, para que possa representar benefício/custo favorável. Na sua ausência, a separação dos cafés no lavador, segregando secos/boias e no despolpador, com a separação de verdes, que leva à obtenção, também, de uma matéria-prima adequada à obtenção de cafés de boa qualidade, constituída por frutos maduros, aqui separados por maquinário, é uma opção viável em maior escala, especialmente nas áreas de colheita manual.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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