O que você precisa saber antes de colher sua floresta

Processamento das árvores já derrubadas posteriormente por outra máquina - Crédito Gustavo Castro

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 13h27

Última atualização em 25 de agosto de 2017 às 13h27

Acompanhe tudo sobre Colheita, Madeira, Processamento, Traça e muito mais!

Gustavo Pereira Castro

Engenheiro florestal e consultor de Colheita e Estradas da Malinovski

Jorge Roberto Malinovski

Engenheiro florestal e diretor geral da Malinovski

jorge@malinovski.com.br

 

Processamento das árvores já derrubadas posteriormente por outra máquina - Crédito Gustavo Castro
Processamento das árvores já derrubadas posteriormente por outra máquina – Crédito Gustavo Castro

Atualmente, são utilizadas cinco classificações para os sistemas de colheita de madeira, porém, dois deles são predominantes em todo o globo – o Full-tree e o Cut-to-length.

O Cut-to-length representa aproximadamente 64% de todo o volume de madeira colhido no Brasil. Já a parte representada pelo Full-tree é de 33%. E os outros 3% são representados pelo sistema In Field Chipping. Portanto, no Brasil os outros dois sistemas, Whole-tree (árvore completa) e o Tree-lenght, não têm representatividade.

O sistema de toras curtas (Cut-to-length) é caracterizado pelo processamento da árvore no próprio local de corte e derrubada, sendo no mesmo local realizada a operação de processamento, que é composta pelo desgalhamento, eventual descascamento (quando houver a necessidade) e traçamento das árvores em toras com base em medidas previamente determinadas. Todas estas atividades descritas são realizadas no interior do talhão.

As toras apresentam comprimento que pode variar de 01 a 7,2 metros. O comprimento que a madeira é cortada depende de sua finalidade na indústria, da capacidade e dimensão das máquinas de baldeio e ainda dos veículos (caminhões) de transporte.

As principais máquinas utilizadas neste sistema de colheita são: Harvester, Forwarders, Autocarregáveis, e recentemente tem se observado o emprego de FellerBunchers para fazer a derrubada, e na sequência são utilizados o cabeçote de Harvester e o Forwarder.

O sistema de árvores inteiras, Full-tree, implica na remoção da árvore do interior da floresta de uma forma inteira, mas sem as raízes. As demais atividades, como o processamento da madeira e classificação de sortimentos (se necessário), são realizadas nas laterais do talhão. As máquinas utilizadas neste sistema de colheita são geralmente: FellerBunchers, Skidders, ClambunkSkidders, Slashers, Garra Traçadora e Processadores.

Entenda cada um deles

ðFellerBuncher: é caracterizado por uma máquina projetada e construída com a finalidade única de realizar o corte, a derrubada e empilhamento de árvores. O FellerBuncher está disponível no mercado nas versões de esteiras ou de rodas. Em cada uma das versões é possível encontrar diferentes implementos de corte que podem ser de três tipos: sabre, tesoura de dupla ação ou disco de corte dentado.

ðHarvester: é composto por uma máquina base automotriz, uma lança ou braço mecânico/hidráulico e um implemento (cabeçote) em sua extremidade. Esta máquina pode executar, sequencialmente, as operações de corte da árvore, derrubada, desgalhamento, descascamento, traçamento e formação de pilhas de toras. Dependendo de onde o Harvester estiver operando, ele pode receber nomes diferentes, como por exemplo, “Processador“. Assim são chamados os cabeçotes de Harvesters que operam no processamento das árvores já derrubadas posteriormente por outra máquina.

ðSkidder: é um trator florestal articulado desenvolvido exclusivamente para o arraste de árvores. Possui uma pinça ou guincho (ferramenta pela qual as árvores serão presas) e uma lâmina frontal para realizar trabalhos complementares, como, por exemplo, a abertura de ramais. O Skidder é utilizado para o arraste de feixes de árvores do local do corte até a margem do talhão ou pátio intermediário.

ðForwarder: originalmente fabricados no Canadá e aprimorados na Escandinávia, os Forwarders são máquinas articuladas, com suspensão da plataforma de carga sobre o chassi traseiro e capacidade de carga variando de 5.000 a 25.000 kg e potência que varia de 95 kW a 230 kW, além de uma grua hidráulica usada no carregamento e descarregamento da própria máquina. Executam a extração de madeira da área de corte para a margem da estrada ou pátio intermediário.

 Essa máquina executa as operações de corte da árvore, derrubada, desgalhamento, descascamento,
Essa máquina executa as operações de corte da árvore, derrubada, desgalhamento, descascamento,

Quando o investimento é viável

Quando se fala de equipamentos para a colheita de madeira, pode-se dividir este mercado em duas categorias. A primeira trata de máquinas purposebuilt, ou seja, máquinas construídas e projetadas especialmente para as operações florestais nas mais diversas condições operacionais. Já a segundatrata de máquinas convencionais que recebem modificações e implementos para executarem atividades florestais.

Como as máquinas purposebuilt são importadas de países da América do Norte e Europa, os investimentos nestes equipamentos são superiores aos equipamentos convencionais, fabricados aqui no Brasil, devido a taxas de importação e flutuação da política cambial.

Por isso, máquinas como escavadeiras hidráulicas se tornam mais atrativas frente às máquinas importadas. Ainda, estes equipamentos fabricados no Brasil possuem uma linha de financiamento. Então, quando se fala de investimentos, é importante considerar qual o equipamento adequado à operação e decidir investir em uma máquina importada ou de fabricação nacional, pois, independente da origem de fabricação, sempre se tratamde máquinas de milhões de reais.

É importante, também, ter em mente que os investimentos na colheita mecanizada não se restringem apenas aos equipamentos. Para que as operações ocorram com eficiência, é importante ter estruturas de apoio, como, por exemplo: equipes de manutenção, veículos de apoio, como carros e caminhões, infraestrutura para os colaboradores, transporte, alimentação dos colaboradores, entre outros.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Floresta, edição de setembro/outubro 2017. Adquira a sua para leitura completa.

 

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