Mudas clonadas de seringueira – Maiores produtividades e precocidade

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Publicado em 5 de agosto de 2017 às 07h29

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h54

Acompanhe tudo sobre Água, Bioestimulante, Clone, Geada, Nematoide, Nutrição, Semente clonada, Seringueira, Silvicultura e muito mais!

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia

ernanelemes@yahoo.com.br

José Geraldo Mageste

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da UFVJM/ICIAG-UFU

jgmageste@ufu.br

Lísias Coelho

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor – ICIAG-UFU

lisias@ufu.br

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A borracha natural é extraída da árvore de seringueira, principalmente da espécie Hevea brasiliensis. Ela é um produto estratégico para as economias e para a indústria mundial.

Apesar de a seringueira ser de origem amazônica, o Brasil não é autossuficiente na produção de borracha, produzindo apenas 47% do que consome (IBGE, 2016). O restante da borracha é importado do sudeste asiático.

Clones de seringueira mais produtivos e tolerantes à geada, ventos fortes, pragas e doenças, como o mal das folhas (Microcyclusulei), não só aumentam a produtividade de borracha como também a estabilidade da produção ao longo do tempo.

Estas características reduzem os gastos com a condução do seringal. Existem muitos clones de seringueira disponíveis no mercado, o que permite seu plantio em diversas regiões do País, principalmente nas chamadas “regiões de escape“, onde existe o ataque do fungo Microcyclusulei, mas de forma não epidêmica.

Além dos cuidados silviculturais, existe grande influência da composição genética dos clones na produtividade. A implantação de seringais rentáveis passa pela escolha de clones de rápido crescimento (possibilitando sangria precoce aos 4,5 – cinco anos) e boa resposta à aplicação de bioestimulantes.

Clones não adaptados às condições locais de clima e solo resultarão em baixas produtividades e elevados custos de produção. Outro fator que influencia a formação do seringal é a resistência a ventos. Na China, este é um fator muito considerado no melhoramento dos clones de seringueira, uma vez que há clones sensíveis à quebra de galhos e copa por ventos fortes, ou mesmo altamente suscetíveis às doenças (Furtado et al., 2008; Moraes e Moraes, 2008; Moraes et al., 2013).

Temor das florestas

O mal das folhas, causado pelo fungo Microcyclusulei, é a mais séria doença foliar da seringueira e um dos principais problemas para o estabelecimento dos seringais na América do Sul. Esta doença está ligada apenas à espécie Hevea brasiliensis, e ocorre em toda região tropical, onde não há um período seco bem definido.

Nas regiões equatoriais, no Sudeste Asiático, um fungo apodrecedor do sistema radicular tem sido o maior desafio fitossanitário. No Brasil, o nematoide de galha, causado por Meloidogyneexigua, é a doença mais destrutiva do sistema radicular da seringueira.

As raízes finas são atacadas pelo nematoide e ficam permanentemente comprometidas, absorvendo precariamente água e sais minerais, comprometendo a nutrição da planta e, consequentemente, reduzindo a produção de látex para a produção de borracha. Outro agravante dos danos ao sistema radicular é a intolerância da seringueira aos períodos de seca (veranicos).

 Clones de seringueira sãomais produtivos e tolerantes à geada - Crédito Elaine Piffer
Clones de seringueira são mais produtivos e tolerantes à geada – Crédito Elaine Piffer

Danos

Entre os danos causados por ambas as doenças, o mal das folhas e o nematoide de galha, estão: a desfolha prematura das árvores e o aumento da incidência de doenças oportunistas que podem levar a seringueira à morte. Portanto, clones de seringueira que apresentem resistência ou tolerância a estes males devem ter preferência para o plantio.

Nas “regiões de escape“ nunca se deve formar seringais que não sejam de materiais clonais. O chamado “pé franco“ (planta originada de uma semente) deve ser evitado a qualquer custo, mesmo que a semente tenha vindo de um plantio clonal.

Dentre as vantagens do uso do clone está a uniformidade do povoamento. Os indivíduos de um mesmo clone, mesmo sob condições climáticas similares, apresentam baixa variabilidade quanto ao vigor, à espessura de casca, à produtividade e à tolerância às pragas e doenças.

Esta uniformidade facilita o manejo da eficiência do plantio. Outro aspecto muito positivo do uso de clones de seringueira é a estabilidade da qualidade do látex produzido, o que é interessante para a indústria de produção da borracha.

Opções

Dentre os clones disponíveis no mercado brasileiro, principalmente visando atender as condições edafoclimáticas das “regiões de escape“, estão: RRIM 600 – é um clone asiático (Rubber ResearchInstituteofMalasya), produtivo e o mais plantado em larga escala no Brasil, no entanto, é altamente suscetível ao mal das folhas.

É um clone de porte alto, com caule vertical e de rápido crescimento inicial. Os ramos aparecem tardiamente e formam grossas bifurcações que podem quebrar com ventos fortes se não houver condução devida da copa. A quebra de plantas em produção pode induzir ao aparecimento de clareiras no seringal adulto. Não se consegue fazer a substituição da planta e o ideal é uma condução da produção.

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho/Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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