A mancha-alvo da soja tem se tornado uma das principais preocupações dos produtores em todo o país. Causada pelo fungo Corynespora cassiicola, a doença vem se expandindo com rapidez, especialmente nas regiões do Cerrado brasileiro, onde o clima quente e úmido favorece seu desenvolvimento.
Segundo a Embrapa, o patógeno é capaz de sobreviver em restos de cultivos e sementes infectadas, colonizando diferentes tipos de resíduos no solo, o que torna o controle mais complexo e requer estratégias preventivas bem definidas.
Como identificar a mancha-alvo da soja
Os primeiros sintomas da mancha-alvo surgem nas folhas, em forma de manchas arredondadas com bordas escuras e centro claro, lembrando um alvo, que dá nome à doença.
Com o avanço da infecção, as folhas amareladas e necrosadas caem antes do tempo, reduzindo a área fotossintética e comprometendo o enchimento de grãos.
Sinais de alerta: as lesões se espalham rapidamente pelo vento e pela chuva, afetando também hastes e vagens, o que agrava as perdas de produtividade.
Por que a doença avança tão rápido
O fungo Corynespora cassiicola se dispersa facilmente pelo vento, respingos de chuva e resíduos de colheita, permanecendo ativo por longos períodos no solo.
Essa alta capacidade de sobrevivência explica por que a doença se tornou endêmica em várias regiões do Brasil.
Áreas com histórico da doença, clima quente e úmido e baixa luminosidade são as mais suscetíveis. Em lavouras adensadas, com pouca circulação de ar, o ambiente torna-se ideal para a disseminação do fungo.
Como prevenir a mancha-alvo da soja
De acordo com Rafael Toscano, BU Técnico de Soluções da ORÍGEO — joint venture entre Bunge e UPL — o manejo preventivo é essencial.
“O agricultor precisa estar atento desde os estágios vegetativos da cultura, especialmente em áreas com histórico da doença”, alerta o especialista.
As principais medidas preventivas incluem:
- Rotação de culturas e eliminação de restos de colheita;
- Respeito ao vazio sanitário;
- Uso de sementes sadias e tratadas;
- Escolha de cultivares com boa sanidade;
- Manejo de espaçamento para favorecer a aeração da lavoura.
Essas práticas reduzem a presença de inóculo no solo e dificultam o estabelecimento do fungo na nova safra.
Controle químico da mancha-alvo da soja
Quando a doença já está presente na área, o uso de fungicidas multissítios e sistêmicos é uma ferramenta importante dentro do manejo integrado.
Entre as soluções disponíveis, o Evolution, da UPL Brasil e comercializado pela ORÍGEO, tem se destacado. O produto possui formulação tripla, que atua de forma preventiva e curativa, com ação multissítio — ou seja, ataca o fungo em diferentes pontos das células — aumentando a eficácia e reduzindo o risco de resistência.
“O Evolution é ideal para o manejo integrado, principalmente em regiões com alta pressão da doença”, reforça Toscano. O fungicida pode ser aplicado por via terrestre ou aérea, sempre com acompanhamento técnico.
Ambiente e manejo integrado
Ambientes quentes, úmidos e sombreados favorecem a infecção. Por isso, é essencial manter a plantação arejada, ajustar o espaçamento entre linhas e evitar plantios sucessivos de soja na mesma área.
O manejo integrado da mancha-alvo da soja deve unir prevenção, controle químico, biológico e monitoramento constante, garantindo maior longevidade das áreas produtivas e redução de perdas econômicas.
Conclusão
A mancha-alvo da soja é hoje uma das doenças foliares mais preocupantes do Cerrado. Seu controle depende de vigilância constante, boas práticas agrícolas e uso criterioso de fungicidas.
O produtor que adota estratégias integradas — desde o planejamento da safra até o monitoramento das folhas — mantém sua lavoura protegida, produtiva e sustentável.
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