O mercado de Melhoramento Genético em plantas pode movimentar até US$ 13,86 bilhões até 2030, segundo projeções realizadas neste ano. A biotecnologia tem se tornado um importante pilar da produção agrícola, garantindo mais produtividade e sustentabilidade diante dos crescentes desafios globais. No entanto, a diferenciação entre técnicas e resultados ainda não é amplamente conhecida entre produtores e consumidores.
O Melhoramento Genético convencional opera através da recombinação natural de genes e cruzamentos controlados dentro de uma mesma espécie ou espécies compatíveis. Segundo Jean-Francois Hardouin, gerente comercial da companhia holandesa Enza Zaden, o processo utilizado pela empresa utiliza uma combinação de métodos naturais, como o retrocruzamento, para transferir características desejáveis, preservando a essência da linhagem original.
A transgenia, por outro lado, transpõe a barreira entre espécies. Ou seja, genes de espécies não relacionadas são introduzidos no genoma da planta. Esse tipo de abordagem, que não depende de recombinação natural, vem levantando debates regulatórios e de segurança ao longo dos anos.
Inovações na biotecnologia
Para tornar o desenvolvimento de novas variedades mais rápido e preciso, o melhoramento convencional tem se aliado à biotecnologia. A Seleção Assistida por Marcadores (MAS), utilizada por empresas como a Enza Zaden, permite identificar genes desejáveis com base em marcadores moleculares no DNA, e não apenas pela lenta observação fenotípica no campo. “Essa precisão acelera o ciclo de melhoramento, aumenta sua acurácia e facilita a incorporação simultânea de múltiplos genes, como resistências a diversas doenças”, explica o gerente.
Para o produtor, o resultado é a multiplicação dos benefícios. Variedades geneticamente aprimoradas resultam em maior rendimento por área, com redução de custos operacionais e do uso de insumos. Isso ocorre porque o desenvolvimento de plantas com resistência a estresses bióticos (pragas e doenças) e abióticos (seca ou calor extremo) diminui a dependência de defensivos químicos e otimiza o uso da água.
Por outro lado, os consumidores também são beneficiados. O impacto se reflete na melhor qualidade e maior vida útil dos alimentos, que chegam à mesa com melhor aparência, sabor e valor nutricional. “Para aqueles que buscam alimentos produzidos com foco em sustentabilidade e segurança biológica, o mercado oferece diversas técnicas e variedades que atendem diretamente a essa demanda crescente”, diz o representante da Enza Zaden.