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Frota de caminhões no Brasil cresce 23% em dez anos: 70% do volume de carga do agro passa pelas rodovias

Foto Divulgação Ascenza
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A frota de caminhões no Brasil aumentou 23% nos últimos dez anos, entre dezembro de 2015 e agosto de 2025, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) do Ministério do Transportes. Há dez anos, 2,6 milhões de caminhões estavam registrados pelo órgão, número que passou para 3,2 milhões no mês passado. Em 25 anos, a quantidade mais que dobrou. De acordo com o Senatran, o país tinha 1,4 milhões de caminhões em 2000.

Segundo o Ministério da Agricultura, o transporte rodoviário é o modal dominante do escoamento agro no Brasil, em torno de 70% do volume de cargas. Há 54 anos trabalhando no segmento, o especialista em logística de defensivos agrícolas e diretor de projetos da Luft Agro, Luiz Alberto Moreira da Silva, explica que a distribuição de defensivo é feita quase que exclusivamente por caminhão e a ferrovia não pode ser utilizada porque não oferece estrutura básica.

Os gargalos dessa logística, aponta Silva, são o custo do diesel, a falta de mão de obra e a má qualidade das rodovias. O especialista participou do Podcast Ascenza Edição Especial Andav 2025, realizado no Congresso Andav deste ano, com a analista de comunicação da Ascenza, Sabrina Goveia, que está disponível no site www.ascenza.com.br. “Cerca de 30% das vendas de defensivos são diretas da indústria para o agricultor e é preciso entregar o produto nas fazendas, em longas distâncias, onde o acesso é difícil e ganha ainda mais complexidade em períodos de chuvas intensas”, afirmou.

Silva lembrou que o mercado está cada vez mais distante das unidades fabris de defensivos, concentradas no Sul e Sudeste e, por questões de segurança, por se tratar de um produto de alto valor e muito visado por criminosos, o agricultor não quer estocar o defensivo na propriedade, prefere recebê-lo quando vai aplicar. “Isso é um complicador porque há uma concentração de aplicação em períodos semelhantes”, disse.

Na produção da soja, que representa 50% do mercado de defensivos, conforme o especialista, a época de aplicação ocorre praticamente no mesmo período em todo o Brasil, país de dimensão continental, o que é um complicador na distribuição. Ainda no caso da soja, citou, é comum o repique, ou reaplicação, quando o agricultor precisa de uma quantidade adicional do produto em tempo hábil para não comprometer a produção.

Uso controlado

No Podcast Ascenza Edicão Especial Andav 2025, o especialista em logística de defensivos comentou que o uso do produto é controlado, inclusive pelo alto valor. “Todo mundo acha que o produtor consome mais defensivo do que o necessário, mas nenhum agricultor usa o produto sem necessidade porque é extremamente preocupado com o custo de produção e com sua margem de lucro”, afirmou.

Silva defendeu que o agro representa segurança alimentar. “É preciso haver mudança da mentalidade do cidadão urbano que não conhece o agro. Isso deve ser feito com as crianças. Os adultos já estão com a cabeça formada. A balança comercial do Brasil só é positiva por causa do agro, das commodities agrícolas”, disse.

O especialista lembrou que a venda de defensivo agrícola é muito mais rigorosa e controlada que a de medicamentos. “Ninguém pode vender defensivo para o produtor sem receituário agronômico”, apontou. Ele acrescentou que o Brasil é referência mundial de sustentabilidade no agro na reciclagem de embalagens de defensivos.

“No Brasil, há 21 anos o agricultor é obrigado a devolver toda embalagem de defensivo que consome. Antigamente, ele enterrava essa embalagem. Hoje entrega para o Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), que recicla esse material. Com isso, 94% da embalagem de defensivo que vai para o campo volta para o campo”, comentou.

Segundo o especialista, o sucesso do programa do Inpev mostra a conscientização do agricultor. Ele apontou que os jovens estão voltando para o campo no Brasil, o que tem contribuído ainda mais para sustentabilidade no agro nacional. “Além de ter muito mais afinidade com a tecnologia e praticar a agricultura de precisão, otimizando o uso de produtos na lavoura, o jovem tem uma consciência ambiental maior”, afirmou.

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