A cafeicultura brasileira registrou movimentação de US$ 493 milhões em defensivos agrícolas na safra 2024-25, segundo o levantamento FarmTrak Café, da consultoria Kynetec Brasil. O valor representou ligeira queda de 1% em relação à temporada anterior, influenciado pela redução de 10% nos preços dos insumos e pelo impacto cambial negativo na mesma proporção.
Apesar da retração no faturamento, o estudo apontou um crescimento de 20% na intensidade de tratamentos para proteção das lavouras, elevando a área potencial tratada (PAT) para 35,2 milhões de hectares. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento da pressão de pragas, doenças fúngicas e nematoides, além da demanda por herbicidas devido à presença de plantas invasoras como trapoeraba, buva, capim-pé-de-galinha e corda-de-viola.
Desempenho por categoria de defensivos
O levantamento destacou que os fungicidas foliares lideraram as vendas, somando US$ 143 milhões (29% do total). Em seguida vieram os produtos solo/drench, com US$ 107 milhões (22%), seguidos pelos inseticidas foliares, que movimentaram US$ 106 milhões (20%), e pelos herbicidas, com US$ 94 milhões (19%).
Outro destaque foi o crescimento expressivo dos nematicidas específicos, cuja adoção saltou de 8% para 15%, movimentando US$ 26 milhões (+40%). Demais segmentos, como adjuvantes e reguladores de crescimento, representaram 3% do mercado, somando US$ 17 milhões.
Distribuição regional da cafeicultura brasileira
A área cultivada permaneceu estável em 2,1 milhões de hectares. O café arábica respondeu por 83% do total, enquanto o robusta/conilon representou 17%.
O Sul de Minas Gerais manteve-se como principal polo produtor, com 588 mil hectares (28% da área nacional). Em seguida aparecem Espírito Santo (20%), Cerrado Mineiro (17%) e Vale do Rio Doce–Zona da Mata (17%). São Paulo concentra 10% da produção, enquanto Roraima, Bahia e Paraná somam juntos 7%.
Metodologia
O estudo FarmTrak Café 2024-25 foi elaborado a partir de mais de 1,1 mil entrevistas com cafeicultores das principais regiões produtoras do Brasil, oferecendo um panorama completo sobre o uso de defensivos e tendências da cafeicultura nacional.

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