
Amanda Teixeira Fonseca Brasil
Gastróloga, produtora de PANC e bolsista da FAPERJ-CapacitAgro
amandabrasil.panclandia@gmail.com
Instagram: @panclandia
O caruru é o nome comum de uma planta do gênero Amaranthus, da família das amarantáceas, espontânea e de rápida propagação. É injustamente vista como erva daninha por olhos menos interessados nos assuntos relacionados às hortaliças PANC (termo que significa Plantas Alimentícias Não Convencionais).
Se analisarmos na história, o consumo dessa planta não é novo, a espécie é consumida ancestralmente como verdura, como o próprio nome denuncia. Segundo o historiador Camara Cascudo, a etimologia tupi de Caruru “caá-riru”, quer dizer, “erva de comer”.
Versatilidade
Quase todas as espécies do gênero Amaranthus podem ser usadas na alimentação de alguma forma. Temos as espécies mais comuns encontradas no território brasileiro que são o caruru prostrado (Amaranthus lividus; A. deflexus), o caruru de moita (Amaranthus viridis; A. palmeri); caruru de folha pontuda (Amaranthus retroflexus), caruru de espinho (Amaranthus spinosus) e o caruru de flor vermelha (Amaranthus hybridus; A. cruentus; A. caudatus).
Caracterização
A espécie se caracteriza por seu porte herbáceo, de caule ereto (mas pode se apresentar também prostrada), com coloração verde ou vermelha. As folhas verdes, de consistência tenra, têm formato triangular, mas com a base arredondada, dispostas de forma alternada.

A coloração normalmente é verde, mas pode apresentar nervuras violáceas ou manchas escuras. A inflorescência se dá em forma de espiga, com o agrupamento de flores minúsculas na ponta dos ramos, as quais darão origem às suas inúmeras sementes pretas e brilhantes, (também comestíveis).
Manejo
Para hortas mistas e domésticas, basta lançar as sementes superficialmente em solo rico em matéria orgânica, cuidando para que haja disponibilidade de água, principalmente na fase inicial do plantio.
É importante lembrar que a espécie liberará novas e inúmeras sementes e o manejo do canteiro será constante. Para hortas comerciais, os manuais da Embrapa Hortaliças recomendam plantio em linhas espaçadas de 0,5 m – 0,6 m com 10 – 20 plantas por metro linear.
A colheita deve ser feita quando as plantas estiverem com tamanho de aproximadamente 25 a 40 cm de altura, de preferência antes da emissão de inflorescências, garantindo que as folhas estarão tenras e prontas para o consumo.
Conservação

O tempo de prateleira dessa hortaliça é bem curto, por isso, recomenda-se que o consumo seja feito imediatamente após a colheita. Caso deseje armazenar, as raízes da planta devem ser cortadas e a hortaliça ficará acondicionada em sacos plásticos sob refrigeração, por um período curto.
Sugestão de usos culinários
O caruru é ingrediente tradicional nos pratos nordestinos, podendo ser também conhecido popularmente por bredo, sendo componente curinga em pratos de ensopados, caldeiradas, bolinhos e servido cozido no leite de coco.
Por ter sabor semelhante ao espinafre, pode substituir esta hortaliça em receitas sem alteração de sabor ou textura, e fica excelente em quiches, suflês, omeletes, tortas, recheios e para colorir de verde panquecas ou outras massas artesanais. As sementes podem ser usadas em pães, bolos, etc.
Importante: a hortaliça não deve ser consumida crua. Recomenda-se prévia fervura ou cocção antes do uso.